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Kassio Nunes vai julgar ação do Novo contra decisão de Moraes que baniu o X
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques| Foto: Carlos Moura/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Kassio Nunes Marques, foi sorteado para ser o relator de uma ação apresentada pelo partido Novo contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes que baniu a rede social X do Brasil, na semana passada.

Na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1188, o Novo questiona a constitucionalidade da decisão de Moraes.

Para o partido, a medida imposta por Moraes fere princípios fundamentais como o direito à liberdade de expressão, o devido processo legal e a proporcionalidade.

O Novo também questiona a imposição de multas e obrigações tecnológicas às empresas de telecomunicações e provedores de internet.

O partido ainda critica a aplicação de multas diárias de R$ 50 mil para quem utilizar “subterfúgios tecnológicos”, como aplicativo de VPN, para acessar a rede social.

Na segunda-feira (2), mesmo dia em que o Novo ingressou com a ação no STF, a Primeira Turma do Supremo manteve, por unanimidade, a decisão de Moraes contra o X.

Kassio Nunes não faz parte da Primeira Turma e ainda não votou sobre o tema.

Como relator, o ministro pode dar uma decisão monocrática (individual) sobre a ação do Novo ou levar o tema ao Plenário.

São comuns os casos em que ministros relatores fazem as duas coisas: proferem decisão monocrática e levam o tema para colher votos dos demais ministros no Plenário.

Censura ao X

O banimento da rede social aconteceu depois que a plataforma não atendeu uma determinação de Moraes que pedia a indicação de um responsável legal no Brasil.

A decisão faz parte de um inquérito que envolve o empresário Elon Musk, sócio do X.

Em abril, Alexandre de Moraes determinou que Musk fosse investigado pelos crimes de obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime.

Analistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que a decisão do ministro do STF viola leis e cria nova espécie de ato jurídico, expondo o Brasil ao “ridículo internacional” pela forma como foi feita a intimação que originou a derrubada da plataforma.

Musk tem denunciado "ordens ilegais" de Moraes para censurar perfis da rede social. Ainda, segundo Musk, com ajuda de ex-funcionários da rede social, Moraes também teria interferido nas eleições de 2022.

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