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Corregedoria do MPF determina que Lava Jato entregue dados sigilosos

Fachada da sede do MPF no Paraná, sede da Lava Jato
Sede do Ministério Público Federal do Paraná, sede da força-tarefa da Lava Jato. (Foto: Albari Rosa/Arquivo Gazeta do Povo)

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A corregedora-geral do Ministério Público Federal (MPF), Elizeta de Paiva Ramos, mandou que a força-tarefa da Lava Jato no Paraná repasse à Corregedoria cópia de todos seus bancos de dados sigilosos.

A determinação ocorreu pouco depois de o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ter revogado, em agosto, a liminar do também ministro Dias Toffoli que permitia à cúpula do MPF acessar os dados da força-tarefa.

As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (18) pelo jornal O Globo. Segundo O Globo, a determinação da Corregedoria foi feita sob sigilo absoluto. E, atualmente, as cópias dos conteúdos da Lava Jato em Curitiba já estão sendo feitas. O acesso aos dados estaria sendo feito para apurar possíveis irregularidades na condução das investigações.

O jornal O Globo procurou Elizeta para saber de a determinação dela não fere a ordem de Fachin. A corregedora afirmou que a decisão do ministro do STF não interfere nas atribuições da Corregedoria para inspecionar a Lava Jato. E que, por isso, não há irregularidade em sua determinação.

Elizeta também afirmou que os dados da Lava Jato ficarão acessíveis apenas à Corregedoria e serão guardada "sob sigilo absoluto" pela Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (Sppea) da Procuradoria Geral da República (PGR).

A Gazeta do Povo procurou a força-tarefa da Lava Jato, que informou que não iria se manifestar.

Entenda o caso do acesso de dados sigilosos da Lava Jato

A decisão de Fachin havia interrompido uma ofensiva da Procuradoria Geral da República (PGR) para ter acesso aos dados das investigações da força-tarefa em Curitiba.

O caso veio a público no final de junho, com a visita da subprocuradora da República Lindôra Araújo aos procuradores da Lava Jato no Paraná. Eles acusaram Lindôra, aliada do procurador-geral da República, Augusto Aras, de tentar acessar ilegalmente o banco de dados da operação.

A reclamação da força-tarefa foi parar na Corregedoria do MPF. A PGR, logo depois, entrou no STF com o pedido para que a força-tarefa fosse obrigada a compartilhar as informações. O ministro Dias Toffoli, presidente do STF à época, atendeu à demanda da PGR no dia 9 de julho, início do plantão do recesso judiciário. No recesso, Toffoli era o plantonista. Portanto, todos os casos ficavam com ele.

A Lava Jato em Curitiba então recorreu da decisão de Toffoli que determinava o compartilhamento de dados. O recurso acabou sendo acatado por Fachin, que é o responsável pela Lava Jato no STF, em agosto, após o fim do recesso.

Procuradores ouvidos pela Gazeta do Povo à época disseram temer que as informações colhidas pela PGR pudessem ser usadas politicamente.

Do outro lado, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que a Lava Jato em Curitiba é “uma caixa de segredos” e destacou que é necessária uma “correção de rumos” para que o “lavajatismo não perdure”. A fala foi rebatida pela força-tarefa.

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