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Lula chega para prestar depoimento ao juiz Sergio Moro
Lula prestou seu primeiro depoimento ao juiz Sergio Moro em 10 de maio de 2017.| Foto: Theo Marques/UOL/Folhapress

Em nota publicada na manhã de sexta-feira, a força-tarefa da Operação Lava Jato classificou como “notícia falsa” a afirmação de que o então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, teria interferido na escalação dos procuradores do Ministério Público Federal que participaram de audiências e outros atos relativos a processos da operação, especialmente envolvendo o ex-presidente Lula. O nome central é o da procuradora Laura Tessler, citada na primeira divulgação de supostas conversas publicadas pelo site de esquerda The Intercept Brasil; e que também aparece em supostos diálogos publicados pelo blogueiro Reinaldo Azevedo.

Segundo o Intercept, em 13 de março de 2017, Sergio Moro teria supostamente aconselhado Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa, a orientar Laura Tessler, pois “para inquirição em audiência, ela não vai muito bem”. O assunto foi citado durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça no Senado da qual Moro participou, no último dia 19 de junho. Nelsinho Trad (PSD-MS) perguntou a Moro se ele havia orientado “trocas de agentes” na Lava Jato, e o ministro respondeu que, ainda que as supostas mensagens tenham realmente vindo dele, não houve nenhuma solicitação desse sentido. No dia seguinte, Azevedo pretendeu desmentir Moro ao publicar novas supostas conversas, em que Dallagnol teria repassado a sugestão sobre Tessler a outro membro da força-tarefa, Carlos Fernando Santos Lima. Este, por sua vez, teria sugerido enviar outros dois integrantes à audiência com o ex-presidente, pois “no do Lula não podemos deixar acontecer”.

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Na nota enviada pela Lava Jato, o MPF lembra que Laura Tessler continuou participando de todos os atos que envolviam o ex-ministro Antônio Palocci mesmo depois da data da suposta mensagem de Moro a Dallagnol. Ainda que, como alega Azevedo, a procuradora realmente não estivesse presente no interrogatório de Lula em 10 de maio de 2017, a nota explica que os procuradores diretamente responsáveis pelo caso eram Júlio Noronha e Roberson Pozzobon, justamente os dois citados na mensagem atribuída a Santos Lima. A força-tarefa lembrou que Noronha e Pozzobon “foram os mesmos que estiveram presentes nas principais medidas investigatórias do caso [do tríplex do Guarujá] em 04/03/2016 (como na oitiva do ex-presidente no aeroporto de Congonhas e na busca no Instituto Lula), na exposição pública do conteúdo da denúncia em 14/09/2016, e em 16 das 18 audiências judiciais do caso realizadas no ano de 2017”.

Ainda em relação a Laura Tessler, a nota afirma que “sua atuação firme, técnica e dedicada contribuiu decisivamente para a condenação, somente nesse caso, de 13 réus acusados de corrupção e lavagem de dinheiro a mais de 90 anos de prisão, incluindo o ex-ministro Antônio Palocci”. Além disso, a procuradora “seguiu e segue responsável por diversas investigações e ações criminais, realizando todos os atos processuais necessários, incluindo audiências”, e que conta com a confiança da força-tarefa.

A força-tarefa classificou a publicação de Azevedo, antigo crítico e agora “parceiro” do Intercept, como “rasa, equivocada e sem checagem”: “Reinaldo Azevedo não realizou a devida apuração, que, por meio de simples consulta aos autos públicos acima mencionados, evitaria divulgar movimento fantasioso de troca de procuradores para ofender o trabalho e os integrantes da força-tarefa”, diz a nota.

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