Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante audiência com a Ministra da Saúde, Nísia Trindade.| Foto: Ricardo Stuckert/ PR
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De acordo com um levantamento realizado pelo Poder360 a partir dos dados do Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal (Sicom), o governo Lula gastou 61% menos do que o governo Bolsonaro com campanhas contra a dengue, se comparados os anos de 2023 e 2022.

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Segundo o levantamento, foi o menor gasto com a campanha contra a dengue desde o início da série histórica, em 2019.

No momento em que parte da crise com a dengue é atribuída ao descaso do governo, o levantamento do Poder360 mostrou que em 2022 foram investidos R$ 31,6 milhões em campanhas de esclarecimento sobre a doença e, no ano passado, foram gastos R$ 12 milhões.

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Esse tipo de ação é decidida e coordenada pelo Ministério da Saúde, que hoje está sob o comando da socióloga Nísia Trindade. A ministra tem enfrentado críticas tanto da oposição como do governo.

De acordo com o Poder360, o levantamento leva em consideração “todas as campanhas do Ministério da Saúde que mencionam a doença ou o mosquito Aedes aegypti, vetor da enfermidade”.

O Ministério da Saúde contestou os dados e disse que não foram contabilizadas “as fases de continuidade da campanha de eliminação do mosquito e sobre as orientações sobre o tratamento e sintomas da doença que se estendeu pelos meses de janeiro e fevereiro deste ano, totalizando R$ 35 milhões”. Leia a nota completa do Ministério da Saúde no fim desta matéria.

Nesta quarta-feira (3), o Brasil registrou 1.020 óbitos por dengue apenas em 2024. O número se aproxima do recorde histórico de 2023, quando foram registradas 1.094 mortes pela doença.

A pesquisa do Poder360 ainda mostrou que o governo Lula também não priorizou campanhas contra a poliomielite e a varíola, duas das maiores campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde em 2022.

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A prioridade dos gastos do governo Lula na área da Saúde ficou concentrada na campanha de multivacinação, que registrou um gasto de R$ 53,9 milhões em 2023, o que representa um aumento de 141% em relação ao ano anterior.

Em seguida, o levantamento identificou gastos de R$ 30,7 milhões com campanhas da covid; R$ 20,1 milhões com campanha da vacina da gripe; R$ 16 milhões com campanhas da Farmácia Popular; e R$ 13 milhões com campanhas sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

O levantamento ainda identificou os veículos de comunicação que mais receberam dinheiro do Ministério da Saúde para publicidade oficial, em 2023. Liderando a lista está a TV Globo e suas afiliadas, com R$ 57,1 milhões, sendo R$ 4,2 milhões para campanhas contra a dengue.

Em segundo lugar aparece a Record e afiliadas, com R$ 15,4 milhões, sendo R$ 1,6 milhão para campanhas da dengue. Em terceiro aparece o SBT e afiliadas, com R$ 13 milhões, sendo R$ 900 mil para dengue.

Em quarto lugar está a Band e afiliadas, com R$ 5,9 milhões, sendo R$ 534 mil direcionados a campanhas contra a dengue. E, por último, aparece o Meta (Instagram e Facebook), com R$ 4,6 milhões, porém, sem verba direcionada para campanhas contra a dengue.

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Leia a íntegra da nota do Ministério da Saúde sobre o gasto com campanhas da dengue.

Em relação às campanhas de enfrentamento à dengue, o Ministério da Saúde informa que não foram computados no cálculo da reportagem [do Poder360] as fases da continuidade da campanha de eliminação do mosquito e sobre as orientações sobre o tratamento e sintomas da doença que se estendeu pelos meses de janeiro e fevereiro deste ano, totalizando R$ 35 milhões. Além das campanhas publicitárias, desde 2023, o Ministério da Saúde está em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico da dengue no Brasil, coordenando uma série de ações para o enfrentamento da doença. Ao longo do ano passado, foram realizados encontros com gestores municipais e estaduais para alertas sobre o possível aumento de casos, a instalação da Sala Nacional de Situação, regularização dos estoques de insumos para o enfrentamento da doença, a primeira etapa da campanha nacional de combate ao mosquito e o repasse de R$ 256 milhões para reforço das ações de vigilância aos estados e municípios. Em 2024, a pasta ampliou os repasses em até R$ 1,5 bilhão para apoiar estados e municípios em situação de emergência, reforçando a assistência e o cuidado integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, a pasta coordena, em parceria com o Conasems, o treinamento e formação dos profissionais de saúde e dos agentes de combate às endemias em todo país. O Ministério da Saúde também instalou o Centro de Operações de Emergência contra a dengue (COE Dengue) para coordenar, em conjunto com estados e municípios, as estratégias de vigilância frente ao aumento de casos no Brasil, permitindo mais agilidade no monitoramento e análise do cenário para definição de ações oportunas para o enfrentamento da dengue. Sobre as campanhas de vacinação, havia a necessidade de retomar as campanhas de mobilização e incentivo à imunização, uma vez que as coberturas vacinais eram as mais baixas dos últimos anos. Ainda no início de 2023, o Ministério da Saúde lançou o Movimento Nacional pela Vacinação para resgatar na população brasileira a confiança nas vacinas para que o Brasil volte a ser referência mundial em altas coberturas vacinais e para retomar as campanhas de vacinação com adoção de novas estratégias em todo o país. O esforço já mostra resultados positivos para todo o país, revertendo a tendência de queda e ampliando as coberturas vacinais de 13 das 16 principais vacinas ofertadas pelo PNI.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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