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PL da Anistia

Lewandowski diz que PL da Anistia pode parar no STF por “extrapolação” se aprovada

Ricardo Lewandowski
Ministro da Justiça vê proposta com ressalvas, mas que Congresso "decidirá com independência". (Foto: André Borges/EFE)

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O ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) classificou o projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 como uma possível “extrapolação dos limites constitucionais”. A proposta será analisada por uma comissão especial a ser criada pela Câmara dos Deputados após ser retirada da pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada.

A proposta chegou a ser apontada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como um instrumento político para influenciar na eleição do futuro comandante da casa, em fevereiro do ano que vem. E, por isso, determinou o adiamento da discussão.

“Se, eventualmente, esta decisão ou lei ou emenda constitucional for aprovada no sentido de anistiar aqueles que participaram dos episódios de 8 de janeiro de 2023, essa questão poderá em tese ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no que diz respeito a uma eventual extrapolação dos limites constitucionais”, disse em entrevista à GloboNews na manhã desta terça (5).

Lewandowski está em Glasgow, na Escócia, com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, para a nomeação do delegado Valdevcy Urquiza como novo secretário-geral da Interpol. Ele é o primeiro brasileiro a assumir o cargo mais alto da associação policial que congrega 196 países – 145 deles votaram a favor dele.

Lewandowski evitou opinar diretamente sobre o teor da lei que pode anistiar os envolvidos nos atos de 8/1, mesmo tendo sido ministro do STF. Ele afirmou que prefere se abster de opinar por conta da separação de poderes.

No entanto, pontuou que o Congresso representa a soberania popular e que “certamente decidirá com absoluta independência”. Rodrigues ainda emendou afirmando que há a expectativa de que a investigação seja realmente concluída até o final deste mês para ser encaminhada ao STF e ao Ministério Público Federal (MPF).

“Projetos como esse [da anistia] que elevam, aumentam a intolerância, levam a um clima de beligerância dentro da própria Câmara dos Deputados. Vamos trabalhar para que não seja votado nem na CCJ”, disse no começo de setembro já adiantando a decisão que seria tomada semanas depois por Lira.

Arthur Lira, no entanto, prometeu dar um encaminhamento à proposta enquanto ainda ocupar a presidência da Câmara, mas sem indicar exatamente qual o procedimento. Ele ainda negou que tenha feito algum acordo relacionado ao mérito do projeto.

“Não fiz essa discussão nem com o STF nem com os partidos”, afirmou reforçando que a comissão terá um prazo de até 40 sessões para examinar a proposta e que a tramitação seguirá “rito normal e regimental”.

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