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Lewandowski promete fiscalização rigorosa de CACs
Lewandowski afirmou que a tragédia de Novo Hamburgo (RS) é “resultado da proliferação indiscriminada” de armas na sociedade brasileira.| Foto: José Cruz/ Agência Brasil..

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, garantiu nesta quarta-feira (23) que a Polícia Federal realizará uma fiscalização “rigorosa” para a concessão de armas a caçadores, atiradores e colecionadores (CACs). Lewandowski lamentou o atentado a tiros ocorrido em Novo Hamburgo (RS), que deixou três mortos e nove feridos.

Hoje, o controle de armas é feito pelo Exército. A PF assumirá a responsabilidade a partir de janeiro de 2025, de acordo com o decreto assinado pelo presidente Lula (PT) em julho de 2023. O processo de transferência foi estabelecido em um acordo de cooperação técnica entre o Exército e a Polícia Federal.

“O que eu posso garantir é que a partir do momento que vier para nosso ministério, e ficar sob a fiscalização da Polícia Federal, nós seremos extremamente rigorosos na concessão de licenças de novos ou de CACs já existentes”, disse o ministro.

“Não que o Exército Brasileiro não tenha tomado seus cuidados. Certamente toma, mas é que o número de CACs é tão grande no Brasil, que talvez tenha alguma dificuldade técnica para fazer um controle mais rigoroso”, acrescentou.

Para Lewandowski, o crime em Novo Hamburgo é “resultado da proliferação indiscriminada de armas de fogo” na sociedade brasileira. “Nós somos contra essa proliferação de armas, e entendemos que essas armas têm que ser reduzidas, controladas, muito bem fiscalizadas”, reforçou.

Atirador era CAC e tinha esquizofrenia

Um homem, 45 anos, matou a tiros o pai, o irmão e um policial militar na cidade de Novo Hamburgo (RS), região metropolitana de Porto Alegre, na madrugada desta quarta (23). Ao todo, nove pessoas ficaram feridas: seis policiais, um guarda municipal e dois parentes do atirador.

Ele não tinha antecedentes criminais e era registrado como CAC. Quatro armas foram encontradas na casa: uma pistola de calibre 9mm, outra .380, uma espingarda de calibre 12 e um fuzil, além de “farta munição”.

As investigações preliminares apontam que as armas eram legalizadas. Apesar de ter a autorização concedida pelo Exército, o assassino tinha histórico de esquizofrenia, segundo o secretário da Segurança Pública, Sandro Caron.

“Ele tinha um histórico de pelo menos quatro internações por esquizofrenia, então é óbvio que qualquer um de nós sabe que no momento em que se der acesso a arma de fogo e farta munição a uma pessoa com esquizofrenia, uma tragédia vai ocorrer”, disse Caron.

Entenda o caso

A Brigada Militar informou que, na noite de terça (22), o pai do atirador entrou em contato com o Disque 190 relatando ter sofrido maus tratos por parte do filho. Uma guarnição foi despachada para o endereço e, pouco tempo depois, o homem iniciou os disparos – contra a própria família e contra os policiais que atendiam a ocorrência.

Outras viaturas foram deslocadas para o local. O intenso tiroteio durou cerca de nove horas. No início desta manhã, a brigada militar verificou que o homem estava caído no interior da casa.

O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi chamado, fez uma varredura no local e autorizou o acesso de uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à residência, que constatou a morte do atirador. A Brigada Militar ainda não confirmou a origem do disparo que o matou e aguarda o trabalho de perícia, informou a Agência Brasil.

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