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Articulação

Líder de Lula no Senado cobra articulação dos ministros com parlamentares

Jaques Wagner
Jaques Wagner afirma, ainda, que Lula vai atuar mais politicamente, mesmo com menos paciência. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, cobrou os ministros a atuarem mais ativamente na articulação política após as derrotas sofridas no Congresso na semana passada. Ele reconheceu que o relacionamento com os parlamentares está falho, mas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve retomá-lo como fez nas duas primeiras gestões.

“É a figura dele que puxa, sempre foi. As pessoas querem bater foto com o presidente, com o governador, não com o emissário. A presença dele muda a capacidade de articulação”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta terça (4).

Wagner defendeu a presença mais intensiva de Lula na articulação, embora reconheça que, no mandato atual, o presidente esteja com menos paciência para isso. “Você teve um presidente Lula e agora tem outro”, disse relatando os acontecimentos do petista, como a prisão, a morte da ex-esposa Marisa Letícia, entre outros.

Durante a reunião da articulação política com o presidente Lula na segunda (4), Wagner criticou a falta de presença dos ministros no Congresso e no gabinete, afirmando que isso atrapalha a articulação política. Ele sugeriu que os titulares das pastas devem começar a fazer reuniões chamando os parlamentares de seus partidos e suas bancadas para discutir as questões políticas.

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“Reconheço que tem alguns que são mais afeitos a receber, outro menos. Não é favor nenhum ministro receber parlamentar. [...] Óbvio que o ministro tem uma pauta executiva para tocar, mas eu acho de bom tom separar meio dia na semana para ir desafogando. Não tem ninguém na vida pública que não tem que ser executivo e político”, pontuou o senador.

Jaques Wagner também reconheceu que a própria relação entre os dois Poderes – Executivo e Legislativo – mudou desde que Lula deixou a presidência no segundo mandato, quando o Congresso era mais dependente do Planalto.

De lá para cá, diz, os parlamentares passaram a ser mais autônomos “por conta das emendas e do fundo partidário”. O senador diz que o governo fará mais reuniões chamando os ministros dos partidos aliados para cobrar votos. “Cara pálida, e aí? Você está sentado aqui, quantos votos têm o teu partido quando eu preciso”, disse.

O petista ainda atacou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alegando que foi ele quem levou a essa dificuldade de fazer articulação por conta da liberação de emendas.

“É uma injustiça falar que a articulação política vai mal. Estamos saindo de uma tormenta, que era o estilo deles de governar: ‘não tenho política para dar, então toma dinheiro’. Começou o orçamento secreto. Todo mundo sabe disso. O Congresso foi empoderado”, pontuou.

Wagner também abordou a possibilidade de reforma ministerial no segundo semestre, afirmando que é um critério do presidente e que a unidade do governo está na figura do chefe do Executivo.

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