O líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, elogiou a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste final de semana contra Israel e defendeu que o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, seja retirado do posto.
Lula afirmou durante uma entrevista coletiva realizada na Etiópia que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, comparando o conflito atual com o Holocausto.
“Saúdo a coragem de nosso presidente Lula que comparou o que os sionistas estão fazendo agora em Gaza com o nazismo. Um genocídio injustificável desse governo direitista de Israel e que envergonha o povo judeu no mundo”, disse Stédile nas redes sociais.
A fala ocorreu antes de Meyer ser convocado pelo governo israelense para ouvir uma repreenda a Lula, que foi declarado “persona non grata” em Israel. Stédile, no entanto, afirmou que o embaixador deveria ser retirado de Tel Aviv assim como “eles retiraram o embaixador de Israel”.
Além de Stédile, histórico apoiador de Lula, o PT e o Palácio do Planalto saíram em defesa do presidente pela fala que vem sendo fortemente criticada pela oposição, entidades da comunidade judaica e governo israelense.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, tentou justificar afirmando que as palavras de Lula não foram dirigidas ao povo israelense, mas ao “governo de extrema-direita de Israel”. Já Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, afirmou que o Brasil “condenou os ataques terroristas do Hams” e que “as palavras do presidente Lula sempre foram pela paz e para fortalecer o sentimento de solidariedade entre os povos”.
A oposição a Lula não perdoou e protocolou um pedido de impeachment que já soma mais de 40 assinaturas. O senador Carlos Viana (Podemos-MG), que presidente o Grupo Parlamentar Brasil-Israel no Senado, condenou e considerou as falas de Lula como "tendenciosas e desonestas", e que ele "apequena o Brasil no mundo da diplomacia".
“Declarações inconsequentes como esta, e outras nos últimos dias, mostram o desconhecimento histórico e a falta de equilíbrio para presidir o nosso país, reconhecido historicamente como uma nação negociadora da paz”, frisou.
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