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Sucessão na Câmara

Lira diz que pode voltar ao “chão de fábrica” após deixar presidência da Câmara em 2025

Arthur Lira
Mandato do atual presidente termina em fevereiro e foi marcado por corporativismo e embates com o Planalto. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), começou a se despedir do cargo na noite desta quinta (19) afirmando que pode voltar ao “chão de fábrica” do legislativo a partir do dia 3 fevereiro de 2025, quando termina o mandato.

Ele deixará a presidência da Câmara após uma gestão em que se adaptou à troca de governo de Bolsonaro para Lula com alto controle sobre as emendas parlamentares em troca de votações, além de ter montado uma grande aliança de partidos para apoiarem seu candidato à nova legislatura, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB).

“A gente não encerra um ciclo aqui, a gente sempre se renova. A gente pode voltar de onde eu sempre gostei de atuar, que é no chão de fábrica, sem nenhum tipo de problema, como qualquer outra situação”, declarou o parlamentar sob aplausos de pé de lideranças partidárias.

O futuro político de Lira ainda é alvo de especulações nos bastidores, e já se chegou a falar em algum cargo no alto escalão do governo. Não faltaram reuniões de Lula com Lira para construir uma articulação, mas também rusgas em que o ministro responsável pelas negociações com a Câmara, Alexandre Padilha (Relações Institucionais), foi publicamente fustigado pelo deputado.

Lira conduziu a Câmara dos Deputados com alto grau de corporativismo defendendo os parlamentares, e se disse admirado pela casa ter mantido um protagonismo maior na participação política – algo que ele reiteradas vezes cita em discursos.

“Penso que, muito rapidamente, tudo que a gente vive aqui dentro é muito intenso. E eu sou um admirador desta Casa e a defendo com muita tranquilidade, em todos os momentos bons e ruins”, afirmou.

Lira foi reverenciado por mais de 20 minutos por parlamentares de diferentes lados políticos – inclusive da base governista. O líder de Lula na Câmara, José Guimarães (PT-CE), prestou homenagem em nome do presidente.

“E fica minha admiração, como líder do governo, a tudo que fizemos juntos e é o reconhecimento de todo o governo do presidente Lula. Que Deus abençoe o novo momento que Vossa Excelência vai viver a partir de fevereiro, mas saiba que a sua história está inscrita com muita grandeza aqui no Plenário Ulysses Guimarães”, declarou Guimarães.

Já Hugo Motta, que foi escolhido por Lira como seu candidato na sucessão, também discursou em tom de despedida, elogiando o trabalho do atual presidente. “Foram muitas conquistas, muitas matérias aprovadas, matérias importantes no âmbito social, a reforma tributária. Parabéns à Vossa Excelência pelo grande trabalho”, pontuou.

O líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), também o elogiou, afirmando que “foi um grande presidente da Câmara nos últimos dois anos do presidente Bolsonaro e agora. Enfrentou matérias superimportantes para o país — às vezes, um pouco a contragosto da oposição, mas é o papel que Vossa Excelência tinha que cumprir”.

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