O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou nesta segunda-feira (25), a declaração do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, sobre a rede supermercadista francesa não comprar nenhuma carne proveniente do Mercosul.
"Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não contratar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul. O Brasil, como Congresso Nacional, como os empresários e a população, tem que dar uma resposta clara", disse Lira na abertura do evento CNC Global Voices, promovido pela Confederação Nacional do Comércio e outras entidades.
Segundo o presidente da Câmara, os congressistas precisam "dar uma resposta clara para que esse protecionismo exagerado, sobretudo da França, [para que] não seja motivo de injusto protecionismo contra interesses de quem protege [o meio ambiente] debaixo da lei mais rígida com nosso código brasileiro florestal”.
Além de Lira, a declaração também gerou uma série de críticas e boicote do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que reúne 43 empresas do setor responsáveis por 98% da carne exportada.
Diante da situação com o Carrefour francês, Lira informou que pretende pautar nesta semana, no plenário da Câmara, um projeto de lei que trata da reciprocidade econômica entre os países. Trata-se do PL 1406/24, de autoria do deputado Tião Medeiros (PP-PR), que impede o governo brasileiro de propor ou assinar acordos internacionais com cláusulas ambientais que restrinjam as exportações nacionais sem que os países signatários implementem medidas equivalentes de proteção ambiental.
Avanços legislativos na sustentabilidade
Na ocasião, Lira também destacou o avanço de temas como sustentabilidade ambiental e transição energética, impulsionados pelo consenso entre lideranças políticas e empresariais no Brasil.
"É uma percepção inspiradora, porque, se a sintonia entre o Congresso e a sociedade civil conseguiu viabilizar uma transformação tão profunda quanto a reforma tributária, ela certamente poderá também permitir o desenvolvimento de uma nova economia verde e os passos necessários para alcançarmos maior eficiência econômica", afirmou.
Entre os marcos recentes, Lira mencionou a aprovação do Programa Nacional de Bioquerosene, o Marco Legal de Microgeração de Energia, o Programa Mobilidade Verde, o Marco Legal do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono e a Lei do Combustível do Futuro.
"Os frutos já estão sendo colhidos. Segundo relatório da Bloomberg deste ano, o Brasil foi o terceiro país no mundo que mais atraiu investimentos em energias renováveis em 2023, somando mais de 25 bilhões de dólares, atrás apenas da China e dos Estados Unidos", afirmou.
Lira ainda apontou que esses números refletem tanto o impacto de políticas específicas quanto a modernização da economia brasileira como um todo. "Esse desempenho é parte de um movimento mais amplo. De acordo com a OCDE, o Brasil foi o segundo maior destino de investimento estrangeiro em 2023. Estamos mais integrados à economia global do que nunca. Temos avançado em estabilidade econômica, segurança jurídica e fortalecimento do agronegócio, um dos pilares do nosso crescimento", declarou.
"Os avanços estão sendo realizados de forma consistente e responsável, graças ao comprometimento das lideranças nacionais. O sucesso nas discussões e votações na Câmara dos Deputados evidencia como o entendimento político é indispensável para a prosperidade do país", concluiu.
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