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"Afronta"

Lira, Gilmar e Alckmin criticam posse de Maduro; Lula silencia

Lira, Gilmar e Alckmin criticam posse de Maduro; Lula silencia
Lira defendeu medidas políticas e econômicas contra o regime de Maduro para que as “ditaduras não se sintam legitimadas”. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados.)

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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta sexta-feira (10) que a posse do ditador Nicolás Maduro é uma “afronta” ao povo venezuelano. Mais cedo, Maduro assumiu seu terceiro mandato após uma eleição marcada por denúncias de perseguições e prisões dos opositores.

Apesar de não reconhecer oficialmente a vitória do ditador, o governo enviou a embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, ao evento. O presidente Lula (PT) ainda não se manifestou sobre a posse do aliado, contudo, a presença da embaixadora na solenidade é vista como uma forma de validação do ditador.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) classificou a posse como “lamentável” e reiterou que o governo brasileiro não reconheceu a vitória do ditador. "Lamentável, mas o Brasil não reconheceu as eleições. A democracia é civilizatória e precisa ser fortalecida, as ditaduras suprimem a liberdade", disse Alckmin a jornalistas no Palácio do Planalto.

Nas redes sociais, Lira defendeu medidas políticas e econômicas contra o regime chavista para que as “ditaduras não se sintam legitimadas”. “A democracia exige eleições limpas, sem fraudes e respeito ao voto popular. Não aconteceu isso na Venezuela”, afirmou.

“A posse de Nicolás Maduro afronta a vontade do povo venezuelano e deve ser repudiada, com medidas políticas e econômicas, para que ditaduras não se sintam legitimadas”, acrescentou o deputado.

Regime de Maduro não é democrático, diz Gilmar Mendes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes demonstrou preocupação com a posse de Maduro. “Não é democrático um governo que se vale do aparato militar para perseguir e prender opositores. Tampouco são livres eleições sem transparência e marcadas por violência e autoritarismo”, disse o decano da Corte.

Gilmar afirmou que é “fundamental” que a América do Sul firme um “compromisso com a restauração e a manutenção da democracia”. “A todos nós, democratas, cabe repudiar quaisquer práticas autoritárias que remetam ao sombrio legado dos governos totalitários do século XX”, frisou.

Ministros de Lula repudiam "ditador incansável"

O ministro dos Transportes, Renan Filho, expressou indignação com a posse de Maduro, a quem chamou como um “ditador incansável”. Ele destacou que a “tomada do governo pela força bruta e sem legitimidade precisa ser condenada por todos nós defensores da Democracia”.

“Deixo aqui o meu repúdio ao truculento regime que se impõe mais uma vez hoje com a tentativa de posse desse ditador incansável em desrespeitar a soberana vontade do povo venezuelano”, disse Renan Filho no X.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, apontou que a posse de Maduro, “sem legitimidade internacional e marcada pela força, é um ataque aos princípios democráticos”. Costa Filho disse que o povo venezuelano “merece liberdade e um futuro de paz e prosperidade” e “isso só é possível com o respeito ao estado democrático”.

PT e MST participaram da posse de Maduro

Integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) participaram da cerimônia na Venezuela. Além disso, o MST e outras organizações de esquerda pediram a Lula que “reconheça a vitória eleitoral de Nicolás Maduro na Venezuela e respeite a soberania popular venezuelana”.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão controlado pelo regime chavista, declarou a reeleição do ditador em 28 de julho, sem divulgar as atas de votação para referendar ou não o resultado do pleito.

Nesta quinta (9), líder oposicionista María Corina Machado foi violentamente interceptada e detida por forças chavistas, de acordo com relatos da oposição venezuelana, após deixar um protesto contra Maduro. Horas depois, opositores disseram que ela tinha sido libertada, não antes de ter sido obrigada a gravar vídeos onde afirmava que “estava bem”. A ditadura negou a prisão.

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