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Articulação

Lira diz que não existe “toma lá, dá cá”, mas que Lula fez base frágil na Câmara

Arthur Lira
Presidente da Câmara nega que deputados votam por interesse em ministérios e emendas, mas que articulação de Lula é falha. (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), negou nesta segunda (12) que os parlamentares negociam com o governo na base do “toma lá, dá cá”, em que os partidos votam com o governo em troca de ministérios ou emendas.

A afirmação ocorre em um momento de dificuldades para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que formou uma aliança de partidos durante a eleição e a transição que não está conseguindo formar uma articulação sólida para aprovar projetos de interesse.

Lira diz que Lula distribuiu ministérios na Esplanada sem o rendimento esperado, e que precisa “se preparar para conviver com quem pensa diferente e dialogar com quem pensa diferente”.

“Quando o MDB, PSD e União Brasil ocupam ministérios não é toma lá, da cá e nem troca, mas para continuar no mesmo sistema que o próprio governo criou ou escolheu, passa a fazer moeda de troca [com o Centrão]”, disse em entrevista à GloboNews.

O presidente da Câmara acabou se tornando um articulador entre o governo e os deputados, mas com pedidos dos parlamentares como a liberação de emendas dos ministérios. Apenas em maio, foram empenhados R$ 4,5 bilhões, contra R$ 97,3 milhões em abril segundo dados oficiais.

O apoio para votar o novo arcabouço fiscal, por exemplo, custou R$ 1,2 bilhão em emendas na véspera, gerando 372 votos favoráveis. “Não há uma linha, um senão, que a Câmara tenha imposto ao governo em matérias essenciais ao Estado”, afirmou Lira ressaltando que a Casa não foi obstáculo para nenhuma votação do Poder Executivo e deu como exemplos as aprovações do arcabouço fiscal e da MP dos Ministérios.

No entanto, o presidente da Câmara diz que seu “combustível pessoal está terminando com uma base que não se sente base”, o que sinaliza ao governo novas dificuldades em futuras votações.

Lira também comentou sobre a possibilidade de trocas nos ministérios de Lula, e afirmou que não disputa uma vaga na Esplanada, como se chegou a comentar nos bastidores nas últimas semanas. Pastas como a da Saúde, Turismo e mesmo da Fazenda foram citadas, em que Fernando Haddad poderia ser alocado na Casa Civil no lugar de Rui Costa, que parlamentares vêm relatando dificuldades em articular.

A troca, no entanto, teria sido negada por Lula e, “a partir daí, conversa sobre ministério cessou”, completou o presidente da Câmara.

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