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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi fortemente vaiado há pouco pelo público presente em uma cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida em Maceió, na manhã desta sexta (10). A crítica começou enquanto recebia um agradecimento do ministro Jader Filho, das Cidades, e continuou com mais ênfase quando começou a discursar no ato.
Lira afirmou que o projeto que entregou 914 apartamentos no Residencial Parque da Lagoa foi protocolado em 2015 ainda no governo da presidente Dilma Rousseff (PT), e que passou de governo em governo até sair do papel agora sob Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele considerou as vaias do público como “falta de respeito”.
“O meu pai [Benedito Lira], que muitos aplaudem e muitos vaiam, mas eu duvido que um morador que vai ser atendido por essas casas esteja vaiando hoje, isso é uma falta de respeito”, disse em alto tom afirmando que o pai entregou 9 a cada 10 casas no estado (veja trecho na íntegra).
Ele disparou afirmando que “nenhum político, ele [pai] e eu, com respeito e sem demérito a nenhum político desse estado, ninguém entregou mais casas do que o senador Benedito e do que o deputado Arthur Lira”. Lira ressaltou, ainda, que o projeto deste residencial foi assinado no apagar das luzes de 2018 e quase foi cancelado.
Arthur Lira ainda fez questão de afirmar que o empreendimento, que congrega ao todo mais de 1,7 mil unidades, gerou mais de 450 empregos “dessa comunidade”.
“Mais do que vaias e aplausos, a função do parlamentar é trabalhar pelos seu estado, é continuar aprovando matérias no Congresso Nacional, é dando suporte para que tudo aconteça nas políticas públicas, e a Câmara dos Deputados faz o seu papel”, disparou.
Lula dá bronca no público pelas vaias
Enquanto Lira discursava sob vaias, Lula levantou da cadeira e se posicionou ao lado dele como para tentar apoiá-lo pela crítica, mas sem interceder – embora tenha expressado preocupação.
Pouco depois, Lula tentou amenizar a situação dando uma bronca no público, em que afirmou que o momento não é de disputa política e nem eleitoral, e sim um ato institucional.
“Este é um ato que não tem partido político, é um ato institucional. [...] Não é um ato pra gente fazer a disputa que a gente vai fazer na eleição, porque vai ter um momento em que eu vou viajar algumas cidades para apoiar um candidato. Não vamos estar juntos em todos os lugares, mas precisam aprender a respeitar quando o ato é institucional, que não tem cor partidária”, disse Lula (veja trecho na íntegra).
De acordo com ele, estes protestos dificultam as viagens que ele fará pelo Brasil para novas inaugurações “porque as pessoas que vem aqui são convidadas por nós, e ninguém leva ninguém na sua casa para ser vaiado e maltratado. É apenas uma questão de comportamento que me incomoda muito”.
Lembrou, ainda, que o governo não tem maioria suficiente – apenas 70 deputados entre os 513 – e que o governo conseguiu aprovar todos os projetos que precisava graças à coordenação das lideranças partidárias e de Lira como presidente da Câmara.
Lula ainda agradeceu a presença de Lira e de demais políticos do estado e de ministros no ato, e afirmou que a inauguração do conjunto ocorre em um “ano difícil” por causa da época eleitoral.
Ainda durante o discurso, Lula voltou a prometer que fará a isenção do Imposto de Renda para quem até R$ 5 mil até o fim do mandato e também de uma cesta básica de alimentos com a aprovação da Câmara. Também ressaltou que nunca faltou com o respeito com “as pessoas ricas desse país, com alguém do agronegócio, com empresários da construção civil, com presidente da indústria automobilística, com ninguém”.
“Mas, eu tenho certeza que essa gente não vota em mim. Quem vota em mim é o povo pobre desse país, e é por isso que isso incomoda”, disparou afirmando que está dando casas para quem ganha o Bolsa Família e que começará a fazer unidades habitacionais para a classe média.