A deputada estadual do Rio de Janeiro Lúcia Helena Pinto de Barros (PSD), alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de ligação com a milícia carioca, é uma velha conhecida da política fluminense e aliada de longa data do atual prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, do mesmo partido da deputada. Ambos se apoiaram nas últimas eleições para prefeitura e a Alerj, em 2020 e 2022, respectivamente.
Nesta segunda-feira (18), a PF está cumprindo oito mandados de busca e apreensão em vários endereços da parlamentar, que é conhecida como “Lucinha” , e de uma assessora, inclusive no gabinete dela na Alerj. Lucinha é apontada pela PF como o braço político da milícia de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, uma das mais violentas da cidade, segundo apuração da GloboNews.
"As investigações apontam a participação ativa de uma deputada estadual e de sua assessora na organização criminosa, especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos visando atender os interesses do grupo miliciano, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção", explica a PF em nota. A Gazeta do Povo tenta contato com a deputada desde o início da manhã desta segunda.
Lucinha Helena, que cresceu na Zona Oeste do Rio de Janeiro, iniciou na vida pública como ativista do Movimento Popular Organizado, ainda na década de 1980, quando contribuiu para a fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi eleita pela primeira vez vereadora do Rio de Janeiro em 1996 e atualmente ocupa cargo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), posto no qual está desde 2011.
A investigada, que já integrou o PSDB – partido pelo qual conquistou o segundo mandato na Câmara de Vereadores – foi a vereadora com o maior número de votos na capital do Rio nas eleições de 2008, com 68,7 mil votos.
Um dos seus filhos, conhecido como “Junior da Lucinha”, ocupa o cargo de Secretário do Envelhecimento Saudável na gestão de Eduardo Paes. Nas redes sociais de Lucinha e do filho há uma série de fotos e vídeos. Em um deles, publicado no dia último dia 9 de dezembro, a parlamentar aparece sentada no colo do prefeito na inauguração dos novos BRTs na Transoeste. No vídeo, Paes chama Lucinha de “super-deputada”.
No fim do ano passado, em publicação na qual parabeniza o prefeito pelo aniversário, chama o aliado de “grande amigo” e celebra os “20 anos de parceria”.
Não há, até o momento, posicionamento de Eduardo Paes sobre a operação da PF. O PSD, presidido por Gilberto Kassab e sigla de figuras importantes da política nacional, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também não emitiu posicionamento sobre a operação até o momento.
Por outro lado, o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, classificou a acusação como "muito séria" e afirmou que a deputada precisa "esclarecer no seu juízo probatório a inocência dela". "A gente está num combate muito forte com a segurança pública, que está caótica no Rio", disse ao G1.
No dia 21 de outubro do ano passado, dias antes do segundo turno para as eleições presidenciais entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), a deputada esteve em um palanque ao lado do petista, na época candidato, em ato de campanha.
“Hoje tive a honra de estar em Padre Miguel, na minha amada Zona Oeste, ao lado do ex-presidente Lula e do prefeito Eduardo Paes, além de inúmeros outros amigos e autoridades.
Todos conhecem minha luta de longa data pelos direitos da Zona Oeste. Sempre estarei ao lado de quem olha pela minha região. Vamos juntos pela democracia!”, disse Lucinha na ocasião.
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