O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi alvo de vaias e protesto enquanto discursava na abertura do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília, na noite desta quarta (12). O magistrado rebateu as críticas dizendo que enfrentou e derrotou o "bolsonarismo".
O protesto contra Barroso foi organizado por um grupo de estudantes intitulado Faísca Revolucionária, que faz oposição à atual direção da UNE. O movimento é formado por jovens trotskistas ligados ao Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT).
Segundo os estudantes, o protesto ocorreu por conta da atuação do ministro em processos no STF, como o piso da enfermagem e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.
“Congresso da UNE começa com rechaço a Barroso do STF, inimigo da enfermagem e aliado do golpe 2016. Não nos aliamos àqueles que nos atacam e não aceitamos que a majoritária da UNE esteja junto com a direita, com quem ataque os trabalhadores, os povos indígenas e os estudantes”, disseram os estudantes.
Barroso respondeu e disse que “nada que está acontecendo aqui me é estranho”. “Não tenho medo de vaia porque temos um país para construir”, disse confessando ainda que enfrentou e derrotou o “bolsonarismo”.
Além das vaias, os estudantes levantaram uma faixa com críticas ao ministro, chamando-o de “inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”, e cartazes em defesa do piso mínimo da categoria suspenso por Barroso em setembro do ano passado, mas restabelecido em maio. “Fui eu que consegui o dinheiro da enfermagem porque não tinha dinheiro”, respondeu.
Ainda rebatendo o protesto, Barroso afirmou que o Brasil percorreu um “longo caminho” para que as pessoas pudessem se manifestar como quiserem, e que apenas “ditadura fecha Congresso, cassa mandatos, cria censura, [e] tem presos políticos”.
Em resposta às declarações, deputados da oposição começaram a se articular para apresentar um pedido de impeachment de Barroso. A alegação é de que o ministro cometeu crime de "exercer atividade político-partidária".
Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que "a perda do cargo é inegável", enquanto que Bia Kicis (PL-DF) considerou a fala como gravíssima. "Em evento político partidário, confessou que atuou contra uma força política", disse.
Além de Barroso, ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, também foi alvo de protestos dos estudantes. Em um post no Instagram, o grupo disse ter “vergonha” e que a UNE demonstra “total disposição da majoritária de se atrelar com figuras do centrão, totalmente alheias aos interesses dos estudantes, dos trabalhadores e dos povos indígenas e oprimidos”.
A presidente da UNE, Bruna Brelaz, não respondeu aos protestos dos estudantes contra Barroso e Fávaro, apenas disse que esta foi a "primeira vez desde a redemocratização" que um ministro do STF participa do evento.
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