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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) detalhou pela primeira vez como foi a queda que sofreu há quase três semanas no banheiro privativo do Palácio da Alvorada, onde bateu a cabeça e teve duas lesões cerebrais. Ele precisou levar cinco pontos na nuca e foi impedido pela equipe médica de realizar viagens de avião.
Lula explicou que o acidente ocorreu enquanto ele cortava as unhas sentado em um banquinho. Afirmou que o impacto foi intenso e que teve muito sangramento.
“Eu caí de onde eu nunca deveria ter caído. [...] Eu estava sentado. Quando eu fui guardar o estojo [com o kit de cortar unhas], ao invés de eu mexer com o banco, eu mexi só com o corpo. Bom, e aí, o dado concreto é o seguinte, é que não teve mais espaço, ou seja, a minha bunda não levitou, então eu caí e bati com a cabeça”, disse em entrevista à RedeTV gravada nesta quarta (6).
O acidente o fez cancelar duas viagens que considerava como das mais importantes neste ano: a participação na cúpula do Brics, na Rússia, e a COP-16 na Colômbia. Como ainda está em recuperação – embora liberado para exercer as atividades em Brasília – Lula também cancelou a ida à COP-29 no Azerbaijão.
“Foi uma batida muito forte, saiu muito sangue. Eu achei que tinha rachado o cérebro, o casco. Fui direto para o Sírio-Libanês”, relatou referindo-se à unidade do hospital em Brasília, onde recebeu atendimento imediato.
Ele completou afirmando que “achei que era uma coisa muito mais grave. A batida mexeu com o cérebro”. Segundo o cardiologista Roberto Kalil Filho, que o acompanha, o presidente sofreu uma pequena hemorragia após o acidente e continua sendo monitorado com exames periódicos de ressonância magnética para avaliar o risco de novos sangramentos.
Lula reforçou que os médicos o desaconselharam a fazer voos longos, e por isso suspendeu toda a agenda com viagens de avião. Para a COP-29 no Azerbaijão, ele enviará o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
“Eu vou me cuidar, até os médicos dizerem: ‘você está apto outra vez’. Porque batida na cabeça é uma coisa sempre muito delicada. Os médicos me dizem que é preciso uns 15 dias, 20 dias, até 30 dias para a gente saber os efeitos efetivamente que o tombo causou. E eu estou bem, estou trabalhando normalmente”, pontuou o presidente.
No boletim médico divulgado um dia após o acidente, foi informado que Lula sofreu um “ferimento corto-contuso em região occipital”, área localizada na parte de trás do crânio. Esse tipo de ferimento, além do corte, gera uma contusão que, dependendo da gravidade, pode exigir cuidados mais intensivos.
Lula mantém uma rotina de exames no Hospital Sírio-Libanês para assegurar que não há complicações maiores, e, segundo ele, segue otimista com a recuperação. No boletim mais recente, do último domingo (3), a equipe médica informou que o presidente "permanece sem sintomas e o exame apresenta estabilidade em relação aos anteriores, devendo manter suas atividades habituais".
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