Presidente diz que europeus não podem colocar uma “espada na cabeça” para impor condições ao acordo com o Mercosul.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na manhã desta terça (4), que as atuais condições impostas pela União Europeia para fechar o acordo comercial com o Mercosul são como uma “espada na cabeça” de “imposições” e “punições”. As declarações foram dadas durante a live semanal “Conversa com o Presidente”, que teve picos de até 3,8 mil pessoas assistindo simultaneamente.

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O acordo com os europeus foi o tema principal da transmissão desta semana, realizada na cidade argentina de Puerto Iguazu, próximo à fronteira com o Brasil, onde é realizada a Cúpula do Mercosul em que Lula assume a presidência rotativa até o final do ano.

Durante a live, Lula fez duras críticas às imposições que a União Europeia tem feito ao acordo negociado desde 1999, mas travado desde 2020 por imposições sobre a venda no mercado europeu de produtos supostamente provenientes de áreas desmatadas – alegação classificada por especialistas como “protecionista” – e de dar preferência a compras governamentais dos parceiros comerciais em vez de empresas nacionais.

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“Eles querem, por exemplo, que a gente abra mão de compras governamentais, aquilo que o governo compra das empresas brasileiras. Se a gente abrir mão das empresas brasileiras para comprar de empresas estrangeiras, a gente simplesmente vai matar pequenas e médias empresas e empreendedores e muitos empregos”, disse.

Lula também questionou as condições impostas com base no que seriam exigências ambientais, ressaltando que nem mesmo os próprios países europeus cumprem os acordos firmados em conferências do clima, como Kyoto e Copenhague, entre outros.

Resposta aos europeus

O presidente afirmou que a reunião deliberativa que será realizada nesta terça (4) com os chefes de Estado dos outros países membros do Mercosul – Argentina, Paraguai e Uruguai, além de associados como Colômbia, Bolívia e Chile – vai fechar uma carta de resposta às condições impostas pelos europeus para enviar a Bruxelas, e que pretende finalizar o acordo enquanto ocupar a presidência rotativa, até o final do ano.

“Nós queremos discutir o acordo, não queremos imposição pra cima de nós. É um acordo de companheiros, de parceiros estratégicos, nada de colocar a espada na cabeça do outro. Você não pode aceitar que parceiro pode impor condições e punir”, completou.

Ainda nesta terça (4), logo após a reunião do Mercosul, Lula irá a Foz do Iguaçu assinar um protocolo de intenções com a administração de Itaipu Binacional, Ministério da Educação e Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) para retomar as obras do campus da instituição, na área da usina.

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Também durante a live, Lula citou que irá à Colômbia no sábado (8) para participar da reunião organizada pelo governo do país como uma preparação para o encontro de cúpula dos oito países integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), marcada para o dia 8 de agosto, em Belém. O encontro do fim de semana será realizado na cidade colombiana de Letícia.

Além de comentar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, Lula falou, durante a live, das legislações que sancionou nesta semana, como a equivalência salarial entre homens e mulheres, a proteção à mulher esportista gestante e a lei do assédio.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]