Lula disse que presidente Jair Bolsonaro recebe manifestantes no Palácio da Alvorada| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de incentivar "ativistas fascistas" a não reconhecer o resultado das eleições e a protestar em rodovias e na frente de quartéis. O petista não fez referência direta aos episódios de vandalismo ocorridos em Brasília, na noite de segunda-feira (12), mas citou que o atual chefe do Executivo federal recebe manifestantes no Palácio da Alvorada.

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A fala de Lula ocorreu em um trecho de críticas a Bolsonaro durante o evento de encerramento dos trabalhos realizados pelos integrantes dos grupos técnicos da transição. "Esse cidadão até agora não reconheceu sua derrota. Esse cidadão continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua se movimentando", acusou. "Ontem recebeu esse pessoal no Palácio da Alvorada", acrescentou.

Lula lançou suspeitas sobre um suposto "estrago feito" na recepção de Bolsonaro aos manifestantes no Alvorada e continuou com as críticas. "Ele tem que saber que aquilo é um patrimônio público, aquilo não é dele, aquilo não é da mulher dele ou do partido dele. É do povo brasileiro, que temos que tratar com carinho essencial, porque aquilo é um patrimônio de 220 milhões de brasileiros e apenas, temporariamente, é a casa de um residente da República", comentou.

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Em uma segunda ocasião, Lula reforçou que Bolsonaro "continua incentivando" que outros neguem o resultado eleitoral e sugeriu que o atual presidente é fascista. "Ele segue o rito que todos os fascistas seguem no mundo. É importante a gente saber que ele faz parte de uma organização de extrema direita que não existe apenas no Brasil", disse.

Segundo Lula, o "rito" seguido por "fascistas" no mundo também ocorre na Espanha, Itália, França e nos Estados Unidos, "que tem como líder o [ex-]presidente [Donald] Trump.

Noite de terror em Brasília

As declarações de Lula ocorreram 20 horas depois de a capital federal viver uma noite de terror. Vândalos disfarçados de manifestantes depredaram e queimaram oito carros estacionados próximos ao prédio da Diretoria-Geral da Polícia Federal. Também atearam fogo em cinco ônibus. Além disso, o grupo atirou pedras e paus na sede da PF em uma tentativa de invadir o local.

A depredação ao patrimônio público e privado começou após a prisão de um indígena que tem participado de manifestações em Brasília contra a eleição de Lula. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O vandalismo mobilizou as forças policiais do Distrito Federal. Os manifestantes foram apontados como apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Vários deles usavam camisas amarelas e estampadas com a bandeira do Brasil. A polícia dispersou cerca de 200 manifestantes usando balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Vias próximas à sede da PF, na área central de Brasília, foram fechadas. O ato violento foi contido durante a madrugada desta terça-feira (13), mas nenhum participante do tumulto foi preso.

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