Presidente Lula concedeu entrevista sobre o marco de um ano dos ataques de 8 janeiro.| Foto: Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a acusar o ex-presidente Jair Bolsonaro de ser responsável por arquitetar os ataques aos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília, ao fazer um balanço do primeiro ano do ato que será relembrado em uma cerimônia no Congresso Nacional na próxima segunda-feira (8).

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“Eu acredito que tem um responsável direto que planejou tudo isso e que, covardemente, se escondeu e saiu do Brasil com antecedência, que foi o ex-presidente da República”, disse Lula, em entrevista ao Metrópoles publicada nesta sexta-feira (5), sem citar o nome de Bolsonaro.

De acordo com Lula, “é sabido que ele [Bolsonaro] não aceitou a nossa vitória". E ainda ressaltou que o ex-presidente "tentou desmoralizar, o tempo inteiro, a Justiça Eleitoral".

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"É sabido que ele tentou desmoralizar todas as instituições possíveis. Ele planejou isso covardemente e não teve coragem de assumir. Saiu e deixou os mandantes dele para cumprir o que fez”, completou.

O petista enalteceu a "defesa da democracia" e cobrou a responsabilização de todos os envolvidos nos ataques. “Nós não temos pressa. O que nós queremos é que seja feita justiça, de fato e de direito, para que nunca mais alguém ouse dar um golpe no processo democrático”, defendeu.

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Em outra entrevista sobre o marco de um ano dos ataques de 8 janeiro, ao jornal O Globo, publicada nesta sexta-feira (5), Lula citou a existência de um “pacto” entre Bolsonaro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a Polícia do Distrito Federal e a Polícia do Exército durante os ataques no 8 de janeiro. Ele também associou o suposto pacto à queima de veículos e tentativa de invasão da sede da Polícia Federal durante a sua diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Tinha havido aquela atuação canalha que envolveu inclusive gente de Brasília, quando tacaram fogo em ônibus no dia em que fui diplomado. Eu estava no hotel assistindo a eles queimando ônibus, carros, e a polícia acompanhando sem fazer nada. Havia na verdade um pacto entre o ex-presidente da República (Jair Bolsonaro), o governador de Brasília (Ibaneis Rocha) e a polícia, tanto a do Exército quanto a do DF (Distrito Federal). Isso havia, inclusive com policiais federais participando. Ou seja, aquilo não poderia acontecer se o Estado não quisesse que acontecesse", afirmou Lula.

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O petista diz que temia por um ataque durante a posse presidencial e apontou incômodo com os acampamentos que persistiam em frente aos quartéis em dezembro de 2022. "Não me passava pela cabeça que eu ia ser pego de surpresa com aquela manifestação. Tinha informação de que acampamentos estavam acabando, mas depois tive informação que, no sábado, começou a chegar gente de ônibus nos acampamentos. Não imaginei que pudessem chegar à invasão", disse Lula.

Na época dos ataques às sedes dos três poderes em Brasília, Lula estava em Araraquara, interior de São Paulo, visitando a cidade que havia sofrido com estragos de uma tempestade. Ele cancelou a agenda para elaborar estratégia de reação do governo federal, e do local, conversou com auxiliares, ministros e integrantes do Supremo. Ao retornar a Brasília, na noite do mesmo dia, ele visitou o Palácio do Planalto para avaliar os estragos. Para o presidente, os ataques do 8 de janeiro devem servir de exemplo para as pessoas “levarem a sério a democracia”