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Relações com o agro

Bancada do agronegócio diz que Lula dá motivos diários para brigas com empresários

Pedro Lupion
Pedro Lupion, que preside a bancada do agro, diz que Lula dá motivos diários para brigas com o setor. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

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O deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), que preside a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a maior da Câmara dos Deputados, expressou preocupação e opiniões contundentes sobre a relação entre o setor agropecuário com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

De acordo com ele, na visão da FPA, o governo Lula frequentemente oferece motivos para conflitos com o setor agropecuário. "As pessoas me perguntam como está a relação com governo e eu falo que todos os dias nos dão motivo para brigar", disse em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo nesta quinta (3).

Ele sustentou que o Palácio do Planalto parece conivente com as ações do MST e criticou veementemente a declaração do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que classificou a invasão da Embrapa pelo MST na última segunda (31) como um protesto, rotulando tal afirmação como “patética”.

“O ministro Paulo Teixeira, eu falo claramente, ele precisa se retratar dessa fala, porque ele foi muito infeliz nessa fala. Eu sempre digo que cada um tem que controlar os seus aliados. O Lula andou com boné do MST a campanha inteira, então tem que controlar os aliados dele”, disse.

Relação cordial, apesar das divergências

Pedro Lupion vê que é importante manter canais de comunicação abertos com o governo, apesar das divergências. Ressaltou que muitas pautas agropecuárias dependem da cooperação governamental para avançar e que é fundamental separar as discordâncias dos pontos de convergência.

Ele observou que a FPA está reagindo ativamente às invasões do MST, principalmente por meio da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as atividades do movimento. Lupion explicou que, embora pessoalmente não tenha grande apreço por este tipo de comissão, espera que essa produza resultados eficazes ao expor os envolvidos e as motivações por trás das invasões.

“Responsabilizar aqueles que estão fazendo, quem está pagando a conta, quem está organizando (as invasões). E a gente sabe que, infelizmente, a grande maioria está diretamente ligada ao partido que é do presidente da República. É muito preocupante isso. As próprias falas da deputada Gleisi (Hoffmann), que representa o PT, deixa muito claro isso. A insegurança jurídica hoje voltou a ser uma realidade muito grande mesmo”, analisa.

Para ele, há participantes do MST em várias esferas e órgãos de governo, como no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), nos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário, na assessoria da Presidência da República e bancadas na Câmara e no Senado. “Se esses são os aliados que eles querem, é problema deles. Agora, eles têm que controlá-los. É o mínimo”, completou.

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