Presidente Lula volta a comentar greve de universidades, comparando negociação atual com o período de Jair Bolsonaro (PL).| Foto: reprodução/Canal Gov
Ouça este conteúdo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (21) que não teme reuniões com reitores, mesmo em meio às greves nas universidades federais que começaram em 15 de abril e já estão cedendo. Durante um evento em São Luís, onde anunciou investimentos no Maranhão, o presidente ilustrou seu comentário mostrando a mão com um dedo decepado. “Este dedo não foi mordido por eles. Perdi em uma fábrica. Portanto, quero ter a relação mais democrática possível”, afirmou.

CARREGANDO :)

Horas antes, em entrevista à Rádio Mirante, Lula criticou a falta de gratidão dos servidores universitários que receberam reajustes salariais em 2023 e “nem agradeceram”. “Demos 9% no primeiro ano, sem que pedissem, depois de seis anos sem nenhum aumento. Aí o pessoal queria mais 4,5%”, disse. “Acho que é sempre necessário melhorar os salários e estou muito feliz, vivendo um momento muito importante no país, porque vamos fazer tudo o que é preciso”, acrescentou. A longa greve na educação superior pública desgastou o chefe do Executivo com um dos setores que mais o apoia historicamente.

Lula argumentou que está no cargo há apenas “um ano e sete meses” e já convocou duas reuniões com os reitores nas últimas semanas, criticando seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). “Vocês se lembram de um presidente que nunca recebeu um reitor na vida dele?”, comentou, destacando que não teme a categoria. Em críticas recentes ao movimento grevista, Lula afirmou que “não se pode ficar de greve a vida toda por 3% ou 4%” e que o governo não deu mais “porque não pode dar”.

Publicidade

Após a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) retomar as atividades em 10 de junho, na quinta-feira (21) foi a vez da Universidade de Brasília (UnB) anunciar a volta das aulas para a próxima segunda-feira (26). Diversas assembleias foram realizadas na semana passada e espera-se que outras instituições de ensino encerrem a paralisação nos próximos dias.

A greve nacional envolveu mais de 60 universidades e institutos federais, que se uniram para pressionar negociações com o governo federal. No entanto, nem todas as reivindicações foram atendidas.