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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com prefeitos de municípios do Amazonas afetados pela seca e anúncio de medidas de combate à seca na Amazônia.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com prefeitos de municípios do Amazonas afetados pela seca e anúncio de medidas de combate à seca na Amazônia.| Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (10) um conjunto de medidas para enfrentar a seca severa que afeta a região amazônica. Ele participou de um encontro com prefeitos da região, realizada na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

As principais iniciativas incluem a criação de um fundo emergencial para suporte a comunidades impactadas, a ampliação de programas de distribuição de água potável e a implementação de projetos de irrigação sustentáveis para apoiar a agricultura local. Dos 62 municípios amazonenses, 61 tiveram reconhecimento federal de situação de emergência, em razão da estiagem. Mais de 330 mil pessoas estão sendo afetadas, diz o governo.

Além disso, o governo pretende investir na construção de reservatórios e no desenvolvimento de tecnologias de gestão de recursos hídricos. Lula destacou a importância de uma abordagem integrada para lidar com os efeitos das mudanças climáticas na região, ressaltando a necessidade de proteção ambiental e apoio às populações vulneráveis. A medida é uma resposta a uma crise que tem afetado significativamente a produção agrícola e a qualidade de vida nas áreas afetadas.

De acordo com Lula, o Governo Federal vai trabalhar em conjunto com o governo estadual para que as políticas públicas sejam de fato implementadas na região. “Eu poderia falar com o governador, falar com o prefeito, mas eu vim aqui para poder olhar na cara de vocês. Porque aquilo que os olhos não veem, o coração não sente. E eu vim para sentir o drama de vocês”, disse.

Lula ainda enfatizou que vai definir uma política de atuação no estado do Amazonas e que quer fazer uma parceria com o estado para a retomada da construção da BR-319. "Nós queremos pactuar com o estado, nós vamos discutir a BR-319, uma estrada olhada pelo mundo. Porque nós temos consciência que quando o rio estava na metade, cheio, a rodovia não tinha a importância que tem quando o rio Madeira está vazio. E nós não podemos deixar suas capitais isoladas. Nós vamos fazer isso com a maior responsabilidade e queremos construir uma parceria de verdade", disse.

Ao acompanhar a comitiva de Lula no Amazonas, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que o foco do governo é a política de desmatamento zero, além de garantir a necessidade de trabalho constante para evitar que a temperatura da Terra aumente. "A cada ano é mais seca, mais chuva, muito rápido e depois a água vai embora e isso tende a se agravar. Portanto, essas comunidades são as maiores aliadas do combate à mudança do clima pelo estilo de vida que têm. As políticas de emergência são lideradas pelo ministro Waldez [Góes], mas o presidente está trabalhando também em políticas estruturantes para que a gente tenha um plano de emergência climática, para que a gente tenha mecanismos constantes de evitar que a floresta seja destruída", disse.

Purificadores de água

Lula também anunciou a entrega de 150 purificadores de água portáteis para as comunidades de São Sebastião do Curumitá e Campo Novo, no município de Tefé, e Manaquiri, em Manaus. Os equipamentos serão doados por empresas privadas e produzidos pela startup paulista PWTech. Transportados pela Força Aérea Brasileira (FAB), os purificadores já estão na base aérea de Manaus.

"São 150 filtros e cada um pode filtrar até 5 mil litros de água por dia. você pode pegar água do rio do jeito que ela está, colocar no filtro e, a hora que a água filtrar, você pode tomar o copo d'água, na hora a água está saudável e potável", destacou o presidente.

Os purificadores portáteis custam em torno de R$ 18 mil cada e são similares a uma caixa pequena. O equipamento tem menos de um metro de largura, 43 centímetros de altura e pesa aproximadamente 18 quilos, permitindo que seja usado em áreas mais remotas. Funcionam com energia elétrica, placa voltaica, bateria e geradores e conseguem filtrar cerca de cinco a dez mil litros de água doce contaminada por dia ou quatro litros por minuto.

Dragagem de rios

Outra medida anunciada pelo.presidente Lula são as dragagens, que visam assegurar a navegabilidade dos rios e o escoamento de insumos essenciais, como alimentos e combustíveis.

Segundo o governo federal, a região receberá investimentos por meio de editais para quatro obras de dragagens de manutenção nos rios Amazonas e Solimões. No prazo de cinco anos, serão investidos R$ 500 milhões para garantir a navegabilidade segura e o escoamento de insumos, para reduzir os efeitos da forte estiagem que atinge a região.

Veja quais serão os trechos contemplados, conforme informações do governo:

  • Manaus – Itacoatiara (Rio Amazonas): R$ 92,8 milhões serão destinados para dragagens e melhorias na sinalização náutica ao longo deste trecho, visando garantir que as embarcações possam operar com segurança e eficiência.
  • Coari – Codajás (Rio Solimões): A dragagem neste trecho contará com uma estimativa de R$ 129,1 milhões. Este trecho é crucial para o transporte de bens e a comunicação entre comunidades.
  • Benjamin Constant – Tabatinga (Rio Solimões): Com um investimento estimado em R$ 139,8 milhões, a dragagem aqui ajudará a garantir que o transporte fluvial seja possível mesmo durante a seca severa.
  • Benjamin Constant – São Paulo de Olivença (Rio Solimões): R$ 112,3 milhões serão alocados para dragagens e sinalização, facilitando o transporte e reduzindo o risco de acidentes.
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