O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um artigo publicado nesta segunda (8) pelo jornal norte-americano Washington Post em que comenta sobre os atos de 8 de janeiro de 2023 que estão completando um ano. O texto, escrito em primeira pessoa, reforça a alegação da esquerda de que houve uma tentativa de golpe de Estado e enaltece as ações do primeiro ano do terceiro governo do petista.
Lula afirma que logo após uma semana da posse, “grupos extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes movidos pela mentira e pela desinformação” que levaram à depredação dos edifícios como janelas, objetos históricos e obras de arte “enquanto transmitiam suas ações pela internet”.
Ele comparou os atos ao “desrespeito pela democracia semelhante ao dos invasores do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021”.
“A tentativa de golpe foi o culminar de um longo processo promovido por líderes políticos extremistas para desacreditar a democracia em seu próprio benefício. O sistema eleitoral brasileiro, reconhecido internacionalmente pela sua integridade, foi questionado por aqueles que foram eleitos por esse mesmo sistema. Sem provas, eles reclamaram da urna eletrônica do Brasil, assim como os negacionistas eleitorais nos Estados Unidos reclamaram da votação pelo correio. O objetivo destas falsas denúncias era desqualificar a democracia para perpetuar o poder de forma autocrática”, escreveu Lula no artigo (veja na íntegra).
Ainda segundo o presidente, estes foram desafios que destacaram o que ele classifica como resiliência e fortalecimento da democracia brasileira desde seu retorno à presidência. Além de classificar os atos de 8/1 como "golpe de Estado", Lula usou o artigo para enaltecer ações de seu governo, como políticas contra o desmatamento na Amazônia, anti-pobreza, crescimento econômico acima das previsões do Fundo Monetário Internacional e investimentos estrangeiros.
O presidente ainda ressaltou a importância da cooperação global diante dos desafios atuais, incluindo a crise climática, a insegurança alimentar, tensões geopolíticas e o que ele chama de "crescimento do discurso de ódio".
“O mundo vive hoje um momento contraditório. Os desafios globais exigem compromisso e cooperação entre as nações. Nunca estivemos tão conectados. Ao mesmo tempo, temos cada vez mais dificuldade em dialogar, respeitar as diferenças e realizar ações conjuntas”, pontuou.
Lula ainda ressaltou que a desigualdade “serve como terreno fértil para o extremismo e a polarização política”, apontando que a falta de bem-estar resultante da desigualdade leva à descrença nas instituições democráticas. Ele destacou que há uma erosão da democracia agravada pela influência de aplicativos digitais que são, na visão dele, projetados para lucro e não para a coexistência democrática, e que isso amplia o discurso supostamente extremista.
Ainda no artigo, Lula fala sobre relações de trabalho contra a desigualdade como motivos que levaram a atos como o 6 e o 8 de janeiro nos EUA e no Brasil, enfatizando a parceria com o presidente Joe Biden. O presidente brasileiro ainda demonstrou preocupação com o avanço da inteligência artificial.
“É ainda mais preocupante que a inteligência artificial , além de agravar a desinformação, possa promover a discriminação, causar desemprego e violar direitos”, completou.
Ele conclui expressando a esperança de que líderes políticos se encontrem no Brasil ao longo do ano durante as reuniões do G20 para buscar soluções coletivas para os desafios que afetam toda a humanidade.
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