O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou nesta sexta (6) os ataques ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que apenas um suposto “gabinete do ódio” – rotulado assim pela esquerda – funcionava no país.
O tal gabinete era apontado por lideranças de esquerda como parte do governo Bolsonaro para a “produção industrial de mentiras e desinformação”, como citado recentemente pelo ministro Paulo Pimenta.
“O cidadão que governo esse país, não governou. Essa é a verdade, esse país ficou abandonado, um barco à deriva. A única coisa que funcionava era o gabinete do ódio, em que se mentia e se ofendia todo mundo a todo instante”, disse o presidente em entrevista à rádio Difusora de Goiânia, onde cumpre agenda à tarde.
Os ataques de Lula ao ex-presidente ocorreram no momento em que falava das obras deixadas pelas gestões anteriores que ele diz estar tocando e inaugurando desde que tomou posse no começo do ano passado. Ele afirma que algumas delas foram iniciadas ainda durante o seu segundo mandato, mas não menciona que sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), também não avançou em muitas delas.
“Então, eu vou recuperar muitas coisas que eu comecei a fazer”, disse citando as obras do BRT de Goiânia, entre outras.
Lula afirmou, ainda, que mantém uma boa relação com o governador Ronaldo Caiado (União-GO), que faz oposição a ele, e que não leva em consideração o partido a que os governadores pertencem quando destina recursos do governo federal. O petista elogiou o político e lembrou que participou com ele da Constituinte de 1988, afirmando que Caiado evoluiu muito de lá para cá.
Ele, no entanto, não comentou que o governador goiano já se apresenta como um possível adversário para a eleição presidencial de 2026. Caiado, ainda, é um forte crítico da reforma tributária aprovada pela Câmara dos Deputados no primeiro semestre e que está sendo analisada pelo Senado.
Na mesma entrevista, Lula comentou sobre a possibilidade de demitir o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, alvo de denúncias de suposto assédio sexual reveladas pela ong Me Too Brasil na noite de quinta (5). Ele disse que conversará com o ministro e que pode demiti-lo se o abuso ficar comprovado.
Também mencionou que o impasse que tem com o setor do agronegócio se dá por questões ideológicas, que nunca faltou dinheiro para a subvenção -- como o Plano Safra -- e que há décadas o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não invade terras produtivas.
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