O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na manhã desta terça (1º), que o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) montou uma “quadrilha” dentro do Ministério Público durante as investigações da Operação Lava Jato quando ocupava o cargo de procurador federal na 13ª Vara Federal de Curitiba, que conduziu a força-tarefa. Os trabalhos levaram Lula à prisão em um dos desdobramentos, em 2018.
Os ataques à força-tarefa foram feitos durante a live semanal Conversa com o Presidente, e miraram também o senador Sergio Moro (União Brasil-PE), que ocupava o cargo de juiz federal na época da deflagração das diversas fases da operação.
As declarações de Lula contra eles ocorreram quando o presidente comentava sobre a escolha do futuro Procurador Geral da República (PGR) para a sucessão de Augusto Aras. O presidente afirmou que ninguém tem mais experiência do que ele de fazer escolhas para o cargo, e que vai indicar o que considerar “o melhor”, com mais critério, fazendo um pente-fino e que “não seja amigo do Lula”.
O PGR faz parte da estrutura do Ministério Público Federal, órgão que Lula disse sempre ter tido muito respeito até Dallagnol montar uma “quadrilha” que atacou pessoas e fez a “sociedade refém durante muito tempo”.
“[O MP] era uma das instituições que eu idolatrava nesse país. Depois dessa quadrilha que o Dallagnol montou, eu perdi muita confiança. Porque é um bando de aloprados que acharam que poderiam tomar o poder atacando todo mundo ao mesmo tempo, o governo, o Poder Executivo, o Legislativo, a Suprema Corte, todo mundo”, disparou Lula na transmissão.
Segundo o presidente, a sociedade brasileira “ou uma grande parte dela foi cooptada pela mentira”, com o estabelecimento de uma espécie de “pacto” que, diz, teria convencido a população de que “tal coisa era verdade”, citando “quadrilhas seja no Ministério Público, seja o juiz Moro”.
“Era uma coisa unânime, não tinha pessoas capazes de resistir. Tinha pessoas que eram tão importantes nesse país que viraram pó”, disse repetindo uma crítica constante de que a Lava Jato levou grandes empreiteiras à falência.
Esse “pacto”, diz Lula, teria levado a um “maluco beleza que governou esse país durante quatro anos”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que defendia os trabalhos desenvolvidos pela Operação Lava Jato e levou o então juiz Sergio Moro ao cargo de ministro da Justiça logo no começo do mandato, em 2019.
Bolsonaro, Moro e Dallagnol ainda não responderam aos ataques de Lula.
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