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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completou 48 dias sem definir a indicação de um novo nome para a Procuradoria Geral da República (PGR). O número é 10 vezes maior do que o tempo máximo para indicação, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que foi de 4 dias.
Atualmente, o comando da PGR segue ocupado pela subprocuradora Elizeta Ramos, após o término do mandato de Augusto Aras no dia 26 de setembro, deste ano.
A demora na indicação tem impactado na relação do governo com o Senado, que precisa aprovar o novo nome em sabatina. No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e no de Michel Temer, os indicados à PGR foram anunciados no prazo zero.
A Gazeta do Povo já mostrou que, entre os principais candidatos, aparecem até agora Paulo Gonet, apoiado pelos ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, Antonio Carlos Bigonha, o preferido do Partido dos Trabalhadores, e o chamado "terceira via", Aurélio Virgílio Veiga Rios.
Como parte das articulações, Lula se reuniu na noite desta segunda (13) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O petista quer ter a garantia de que o novo PGR seja aprovado pelos senadores - sem muitas dificuldades -, evitando repetir o que aconteceu na indicação para Defensoria Pública da União (DPU), rejeitada pelos senadores.
Pressionado por todos os lados, Lula se vê com seu poder de escolha reduzido. Em diversas manifestações públicas, ele deixou implícito o desejo de indicar alguém que se comprometa a não deixar o Ministério Público Federal (MPF) iniciar uma nova Lava Jato, que acusa de “criminalizar a política”, que possa atingir a si ou seus aliados.