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Lula
Crítica de Lula foi direcionada a governadores que não participam de atos do governo federal.| Foto: reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, na manhã desta sexta (26), os governadores dos estados que não participam dos atos que ele convida para anunciar investimentos federais, e que isso ainda pode ser um reflexo da “imagem negativista” de Jair Bolsonaro (PL).

A fala ocorreu ao final da cerimônia da segunda fase do Novo PAC Seleções, que vai destinar R$ 41,2 bilhões aos 26 estados e ao Distrito Federal voltados a obras de mobilidade e drenagem. Destes, o Rio Grande do Sul será contemplado com R$ 6,5 bilhões a serem anunciados no próprio estado na semana que vem.

“Alguns [governadores] não têm comparecido, possivelmente ainda pela imagem negativista de um presidente da República que só viajava para o estado que ele gostava, para atender amigos e não dava importância para aqueles que pensassem diferente dele. Uma coisa absurda”, disparou.

A crítica de Lula ocorre principalmente a governadores que não costumam participar dos anúncios do governo federal, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, e Jorginho Mello (PL-SC), de Santa Catarina. Na cerimônia desta sexta (26), o ministro Rui Costa (Casa Civil), alfinetou o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB-RS), que não compareceu ao ato o Palácio do Planalto.

“Eu sei que não é fácil vocês saírem dos estados pra virem aqui toda vez que a gente chama. Mas, a gente só chama porque é importante a gente trazer o Brasil de volta à civilidade, que significa que os entes federados precisam construir parcerias, trabalhar juntos, um depende do outro, que juntos podemos fazer muito mais do que separados”, disse.

Lula afirmou que não quer dizer que “o governo federal está fazendo a obra no estado”, mas sim que “está fazendo em parceria com o governo do estado, com os municípios, tal coisa”.

O presidente ainda disparou dizendo que o país, desde que foi descoberto, “nunca se chamou um ente federado para discutir política pública”. “Era política de amigo pra amigo, era política de compadre”, completou.

"O que me interessa é se a obra é necessária, se o projeto é bem feito e se é uma obra de interesse do povo"”", disse Lula ressaltando que já foi criticado inclusive por prefeitos de partidos aliados que não foram contemplados por recursos federais enquanto que outros da oposição foram.

Mágoa com Dilma e “critério imbecil” de Bolsonaro

Lula ainda disse, durante o discurso, que após “quase 15 anos” de ter deixado a presidência, em 2010, ainda há obras que não foram tocadas pelo simples fato de o governo dele ter iniciado.

“O que é triste é que você tem casa que parou de ser construída a partir de 2013, 2014, ou 2016 quando a Dilma [Rousseff, PT] deixou a presidência da República”, disparou contra a aliada.

Ele ainda alfinetou novamente Bolsonaro de que “se o Lula faz o Minha Casa, Minha Vida, eu vou fazer a minha Casa Amarela. Se a carteira de trabalho é azul ou marrom, eu vou fazer uma verde e amarela”, em referência a dois programas criados no governo do ex-presidente – ele ainda chamou de “critério imbecil de tomar decisão”.

Para ele, a população deve levar em consideração “o critério se o presidente é civilizado ou não, se gosta de diálogo ou não” quando deixar a presidência. Lula ainda afirmou que seu governo inverteu a lógica de que se governava para “a elite”, e que agora é voltado ao povo.

“E a gente vê que projetos que foram anunciados em 2012 sequer saíram do papel, em vários estados e cidades. Porque cada prefeito, governador e presidente quer ter a sua marca, de que ‘se o Lula fazia assim, eu não posso fazer assim’”, disparou.

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