O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça (2) chamando-o de “latrina” e que a política de flexibilização de armas de fogo durante o governo passado agravou a criminalidade no país.
O xingamento a Bolsonaro ocorreu ao comentar sobre a eleição presidencial nos Estados Unidos, em que o aliado Joe Biden teve um desempenho aquém do esperado no debate da semana passada contra Donald Trump.
“Ele [Trump] era como o meu adversário, não tinha nenhum compromisso com nenhuma verdade. Era qualquer bobagem, abria a boca era como se fosse uma latrina, tá lá falando bobagem. Não tem respeito pelo povo”, disparou em entrevista à Rádio Sociedade de Salvador, onde anuncia investimentos federais para a Bahia.
Assim como em outra entrevista na segunda (1º), Lula afirmou que apenas Biden deve ter noção de saber se tem condições de continuar na corrida eleitoral ou não.
Armas agravaram criminalidade, diz
Lula atribuiu a flexibilização do acesso às armas ao crescimento do narcotráfico e das facções criminosas pelo país, saindo dos grandes centros para o interior dos estados – principalmente os mais longínquos, como na região Norte. Estudos apontam que as maiores organizações de São Paulo e Rio de Janeiro fizeram alianças com grupos menores nos outros estados nos últimos anos.
“O governo passado passou 4 anos liberando arma. Quem comprava arma não era um cara honesto, um cara sério não quer comprar arma. Ele pode ter uma arma pra ela, mas não 50 armas, fuzil, metralhadora, bomba. Ou seja, quem é que teve acesso às armas? O crime organizado”, disse.
Lula seguiu na crítica à política de flexibilização do acesso às armas, afirmando que Bolsonaro “avacalhou” o controle dos armamentos e permitindo a criação de mais de 3 mil escolas de tiro para CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).
Para ele, estes espaços não são necessários. “Escola de tiro pode ser na Polícia Militar, na Civil, na Federal, mas não na sociedade. O empresário diz ‘eu tenho um negócio de atirar lá’, que empresário que é esse?” questionou.
O presidente afirmou que o ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, deve apresentar em até 15 dias um plano para definir uma atuação federal nos estados – que têm a atribuição constitucional de gerir as políticas de segurança pública.
No entanto, Lula acredita que a situação chegou num ponto delicado em que “os estados sozinhos não dão conta”, e que pretende criar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir que o governo federal atue em determinadas demandas.
“Não queremos ter ingerência. O que queremos saber é o seguinte: é necessário o governo federal participar, não apenas com o repasse de dinheiro”, questionou já ciente de que pode sofrer resistência dos estados ao abrir a possibilidade de uma atuação conjunta.
Para tentar contornar isso, Lula disse que vai reunir os ministros que já foram governadores, como Camilo Santana (Educação) e Rui Costa (Bahia), para que se faça uma proposta de segurança pública menos contrária possível aos governadores.
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