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Viagem oficial ao Chile

Lula e Boric se reúnem em meio à tensão política na América do Sul

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de chegada ao Palácio de La Moneda, na Praça da Constituição. Santiago. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta segunda-feira (5) de uma reunião com presidente do Chile, Gabriel Boric, em Santiago. O encontro faz parte de uma visita à capital chilena para uma viagem oficial de dois dias com outros 14 ministros.

Esse é o primeiro encontro de Lula com o líder chileno, em meio à tensão na política da América do Sul.

Em reunião privada, os dois chefes de estado discutiram sobre as eleições presidenciais na Venezuela, fraudadas pelo ditador Nicolás Maduro, e possíveis acordos bilaterais. Entretanto, alguns diplomatas brasileiros dizem que a pauta sobre a Venezuela não está no centro das discussões.

Após a vitória de Maduro, Brasil e Chile não reconheceram, até o momento, a legitimidade da reeleição do chavista, e cobram as atas que comprovem a derrota do candidato opositor Edmundo González.

Segundo o líder chileno, é “difícil de acreditar” nos resultados das eleições venezuelanas. A postura do progressista levou a expulsão do embaixador chileno na Venezuela, Arévalo Méndez. Por outro lado, Lula, que é aliado de Maduro, defende a apresentação das atas, mas diz estar convencido de que não houve “nada de anormal”.

O balanço da reunião entre Lula e Boric foi apresentado durante uma coletiva de imprensa. Ambos evitaram falar sobre a crise na Venezuela.

"Essa visita é sobre a relação entre Chile e Brasil. Sei que poderá haver perguntas sobre outros temas, em particular em relação à Venezuela. Vou me referir a isso amanhã à tarde", declarou Boric.

Lula critica apagão diplomático e cobra

Em seu discurso, o presidente Lula disse que encontrou o Brasil e América do Sul" muito diferente" do que no seu governo anterior. Ele criticou a falta da "integração sulamericana" e o "retrocesso" que o Brasil sofreu nos últimos anos, em relação ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"O Brasil saiu do apagão diplomático em que ele se submeteu de 2018 a 2022. O Brasil não tinha relações com ninguém e tratava de ofender os outros aliados, e ficou totalmente isolado. Houve um erro histórico e nós estamos tentar corrigir", declarou o petista.

Aos jornalistas, Lula declarou que na conversa com Boric, ele expôs as iniciativas que empreendeu com os presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e Lopez Obrador (México) em relação a processo político na Venezuela.

"O respeito pela tolerância, o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes aos diálogos e promover o entendimento entre governo e oposição", afirmou Lula à imprensa após conversa privada com Boric.

Acordo bilateral entre Brasil e Chile

Durante o encontro, Lula e Boric assinaram 17 acordos bilaterais em diversos campos, como ciência e tecnologia, direitos humanos, turismo, segurança cibernética e educação.

A ideia é expandir laços com o governo chileno e promover parcerias econômicas em áreas vistas como potenciais entre os dois países.

Boric elogiou os acordos com o Brasil e informou que aceitou o convite de Lula para fazer uma visita de estado ao país no próximo ano. "O encontro reflete a importância relação", disse.

Ainda no Chile, Lula se encontrará com os chefes da Câmara dos Deputados, do Senado e da Corte Suprema do Chile.

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