Presidente brasileiro terminou viagem à Guiana nesta quinta (29) para tratar de investimentos bilaterais.| Foto: reprodução/Canal Gov
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terminou nesta quinta (29) a viagem à Guiana afirmando que o Brasil sofreu um “apagão” das relações exteriores com o país e com o resto do mundo após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. A declaração foi dada durante um pronunciamento conjunto com o mandatário guianense, Irfaan Ali, pouco antes de embarcar para São Vicente e Granadinas.

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Lula e Ali classificaram as reuniões que tiveram durante a viagem como produtivas e de retomada das relações entre os dois países, que teriam iniciado em 2010 e foram interrompidas em 2016, além do compromisso de estudarem investimentos bilaterais em diversas áreas. O interesse pela Guiana aumentou após o país descobrir grandes reservas de petróleo, que Lula diz esperar que rendam desenvolvimento para a população local.

“Lamentavelmente, depois do impeachment da presidente Dilma, houve um apagão do Brasil com o resto da América do Sul e com a Guiana. A nossa vinda é para reafirmar aos países da Caricom [Comunidade do Caribe] que temos todo o interesse em discutir muitos temas na área de infraestrutura, segurança alimentar, transportes, comércio, investimentos, energética e mudança do clima”, disse Lula convidando Irfaan Ali a preparar uma comitiva empresarial para visitar o Brasil para apresentar a empresários brasileiros oportunidades potenciais de investimento na Guiana, principalmente em mineração e petróleo.

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Lula também conversou com o presidente guianense sobre a estratégia dele para integrar a América do Sul através de projetos de infraestrutura nos ministérios do Planejamento, Transportes e Portos e Aeroportos para “diminuir em 10 mil quilômetros” a logística do comércio com a China e outros países do mundo.

Essa integração, segundo Lula, é também “para que a gente mantenha a América do Sul como uma zona de paz no planeta”, em referência aos conflitos que ocorrem em outros países – como na Europa e no Oriente Médio, que ele se disse contra desde o começo – mas, principalmente, o que está sendo provocada por Nicolas Maduro, que quer tomar parte do território guianense de forma unilateral.

“Ou seja, nós não precisamos de guerra. A guerra traz destruição de infraestrutura, de vidas, e sofrimento. A paz traz prosperidade, educação, geração de emprego e tranquilidade aos seres humanos, que é o que o Brasil quer”, disse.

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O presidente brasileiro afirmou que vai agradecer ao primeiro ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, por coordenar as conversas entre Venezuela e Guiana, e que a disputa entre os dois países deve ser discutida na reunião da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), que será realizada nesta sexta (1º).

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Há a possibilidade de que ele se reúna com Nicolas Maduro no mesmo dia para tratar da disputa pela região de Essequibo e também sobre a situação política do país, em que o líder venezuelano vem impedindo a participação de opositores na eleição presidencial.

“Espero que tenhamos uma reunião da Celac produtiva, harmoniosa, e que saiamos falando de paz”, completou Lula. Ele não respondeu a perguntas de jornalistas.

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