A agenda de compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está cancelada, pelo menos nesta terça (10), por causa da cirurgia às pressas que precisou ser submetido na madrugada em São Paulo, após ser transferido de Brasília.
Lula passou por um procedimento de “craniotomia para drenagem de hematoma”, por causa de um sangramento ainda decorrente do acidente doméstico que sofreu no Palácio da Alvorada em outubro.
“Procedimento ocorreu de forma normal dentro do planejado, vai permanecer internado por mais alguns dias, mas está estável, sob controle. Foi importante esse procedimento para estabilizar a saúde do presidente para voltar à atividade o mais rápido possível”, disse o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência.
A Casa Civil e a Secom foram procuradas pela Gazeta do Povo para confirmarem como ficará a agenda de Lula para os próximos dias por causa do internamento e ainda não se pronunciaram. A equipe médica que o atendeu informou que ele ficará internado pelo menos até o começo da próxima semana.
Para esta semana, de acordo com um cronograma previsto na segunda (9) pela Secom, Lula receberia uma visita do primeiro-ministro da Eslováquia nesta terça (10), entregaria o Selo Nacional de Compromisso com a Alfabetização na quarta (11) e reuniria o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável -- conhecido como "conselhão" -- na quinta (12).
O internamento do presidente ocorre em um momento delicado para o governo, em que precisa negociar fortemente com o Poder Legislativo para conseguir a aprovação do pacote de corte de gastos que vêm pressionando o dólar e refletindo em outros indicadores da economia – como a taxa básica de juros, que deve ser elevada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, nesta semana.
A situação com os parlamentares é tensa, já que o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou os pedidos do governo – através da Advocacia-Geral da União (AGU) – para flexibilizar pontos da decisão que endureceu o repasse de emendas parlamentares.
Isso levou a uma reunião de emergência, no final da tarde de segunda (9), de Lula com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para prometer liberar R$ 6,4 bilhões em emendas que estão bloqueadas. O presidente deixou o encontro no meio das discussões para fazer exames no Sírio Libanês, que comprovaram o hematoma que levou à cirurgia desta madrugada.
A expectativa é de que estas emendas sejam liberadas através de uma portaria a ser publicada ainda nesta terça (10) em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O governo precisa que o pacote de corte de gastos seja aprovado ainda neste ano para vigorar em 2025 e começar a trajetória que leve a uma economia estimada em R$ 70 bilhões.
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