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Lula pediu aos ministros para que não fiquem “inventando” iniciativas que não estejam sendo discutidas pelo governo.
Lula pediu aos ministros para que não fiquem “inventando” iniciativas que não estejam sendo discutidas pelo governo.| Foto: Ricardo Stuckert/PR.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou nesta segunda-feira (13) os ministros para que não fiquem “inventando” iniciativas que não estejam sendo discutidas pelo governo. A bronca ocorreu durante uma reunião ministerial de emergência realizada para discutir ações das pastas voltadas para enfrentar a tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Todos os 38 ministros participaram do encontro.

"Cada ministro que for falar, ou cada ministra, [deve] tentar falar sempre a mesma coisa que está acontecendo, não ficar dizendo coisas que não estão acontecendo, ficar inventando coisas que ainda não discutiu", disse Lula. O chefe do Executivo pediu coesão nas declarações feitas pelos ministros e defendeu que as ideias sejam debatidas antes de serem anunciadas.

"Ou seja, não dá para cada um de nós que tem uma ideia anunciar publicamente essa ideia. Uma ideia é um instrumento de conversa no governo para que a gente transforme a ideia numa política real. Não é cada um que tiver uma ideia, vai falando da sua ideia, vai dizendo o que vai fazer, porque isso termina não construindo uma política pública sólida e uma atuação muito homogênea do governo no caso do Rio Grande do Sul", acrescentou.

Lula ressaltou que há uma infinidade de problemas para serem resolvidos no Rio Grande do Sul. O mandatário reforçou que a reconstrução levará tempo, mas se comprometeu a deixar o Estado “como era antes da chuva”.

Segundo o balanço mais recente da Defesa Civil, 450 municípios do estado enfrentam as consequências dos temporais e das enchentes, mais 2,1 milhões de pessoas foram afetadas de alguma forma, 147 pessoas morreram, 127 estão desaparecidas e outras 806 estão feridas. Ao todo, 77.405 estão em abrigos e 538.245 seguem desalojadas.

"Teremos mais um anúncio para as concessões de benefícios das pessoas físicas, depois o que nós vamos continuar fazendo, recuperação de estrada, questão de energia, telecomunicações, saúde, educação, portos, aeroportos, é uma infinidade de problemas que a gente vai ter que cuidar e que não é uma coisa de curto prazo, é uma coisa de médio, eu diria até quase longo prazo", afirmou Lula.

Nesta tarde, o presidente anunciou a suspensão por três anos do pagamento da dívida do Rio Grande do Sul com a União. Além das parcelas, os juros de 4% que corrigem a dívida anualmente serão perdoados pelo mesmo período. A dívida do Estado com a União é de cerca de R$ 100 bilhões.

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