O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou na sexta (9) o aniversário de cinco anos da soltura da prisão em Curitiba, onde passou 580 dias preso sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro descoberta pela Operação Lava Jato.
A comemoração ocorreu com uma cerimônia ecumênica no Palácio da Alvorada logo depois da reunião que fecharia o pacote de corte de gastos do governo – mas que, mais uma vez, terminou sem qualquer definição.
“Hoje faz 5 anos que recuperei minha liberdade em Curitiba. Para marcar essa data, ao lado de Janja Silva, convidei para uma cerimônia ecumênica todos os religiosos que me visitaram ao longo dos 580 dias em que estive preso”, disse o presidente nas redes sociais.
Ele emendou agradecendo aos participantes, afirmando que "vou carregar para todo o sempre a lembrança do que vocês fizeram. Somos irmãos, amigos, unidos no amor e na fé".
Lula chegou a afirmar que gostaria de voltar à carceragem da Polícia Federal em Curitiba acompanhado da primeira-dama, para relembrar do período em que esteve preso.
“Eu me sinto muito à vontade em Curitiba. [...] Eu ia fazer uma visita na cela que eu fiquei preso, só não vou hoje [quinta, 15] porque a [primeira-dama] Janja não está comigo, e ela queria ir comigo. [...] Eu vou querer vir aqui visitar a cela onde eu estive preso, porque eu acho que não vou esquecer os 580 dias”, disse Lula durante uma visita a Curitiba em agosto.
Pouco depois, durante um discurso em uma fábrica de fertilizantes na região metropolitana, ele se emocionou ao lembrar das saudações que recebia diariamente de manifestantes e que “muitas vezes, ficava deprimido e chorava quando ficava sabendo de notícias de que companheiros trabalhadores entravam no restaurante ou no bar e, muitas vezes, eram chamados de ladrão”.
Ele foi detido no dia 7 de abril de 2018 e libertado em 8 de novembro de 2019 após a Justiça permitir que recorresse da condenação em liberdade. Pouco depois, em 2021, a condenação foi anulada por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e referendada por 8 votos a 3 no plenário.
A anulação ocorreu após a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, responsável pelo julgamento das ações penais da Lava Jato, em julgar os casos envolvendo Lula, como de lavagem de dinheiro no tríplex do Guarujá (SP), do sítio de Atibaia (SP) e de doações ao Instituto Lula.
A defesa de Lula afirmou, na época, que não havia relação entre os “desvios praticados na Petrobras” e os imóveis dele. Isso, disse Fachin, esvaziou a competência da Justiça Federal do Paraná para casos não ligados diretamente aos desvios da Petrobras.
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