Lula comunica demissão de Pimenta e Sidônio assume comunicação do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (7) a demissão do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta. O publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro do petista na campanha de 2022, assumirá o comando da Secom a partir da próxima semana.

A mudança já era esperada desde que Lula reclamou publicamente sobre o alcance da comunicação do governo. Mais cedo, o publicitário afirmou que está começando o "segundo tempo do governo". Ele destacou que a comunicação não pode ser "analógica", pois as ações do governo devem chegar "na ponta".

"Estamos começando um segundo tempo. Tem a gestão, a expectativa e a perspectiva popular popular, e precisamos juntar essas três coisas. Esse governo fez muito e essas coisas precisam chegar na ponta, esse é o desafio... Tem alguns problemas na comunicação, mas não é somente aqui na Secom. A comunicação deve ser do governo todo como um todo", disse Sidônio a jornalista após o anúncio da troca na Secom.

O último dia de Pimenta à frente da Secom será nesta quarta (8), quando ocorrerá a cerimônia para marcar os dois anos dos atos de 8 de janeiro de 2023. A saída do ministro foi acertada durante uma reunião no Palácio do Planalto nesta manhã.

A expectativa é que a posse de Sidônio ocorra na próxima terça (14), a equipe do publicitário começou o processo de transição na Secom na segunda (6). O futuro de Pimenta no governo ainda não foi definido por Lula. Ele anunciou que vai tirar alguns dias de férias antes da definição e elogiou Sidônio, apontando que seu sucessor "tem todas as qualidades necessárias para fazer um grande trabalho na Secom".

De saída do cargo, o ministro afirmou que o presidente quer um perfil diferente do dele na Secom. “O presidente tem uma leitura muito precisa de que tivemos uma primeira fase do governo que foi de reconstrução e a partir de 2025 vamos entrar numa fase nova. Colheita e resultados. E o presidente quer ter na frente da Secom uma pessoa com perfil diferente do que eu tenho. Um profissional de comunicação de talento, criatividade e capacidade para exercer essa tarefa”, disse.

Pimenta destacou que é "muito tranquilo" poder estar na Secom e posteriormente assumir outra função no governo. Além disso, lembrou que é deputado federal eleito pelo Rio Grande do Sul.

Lula havia anunciado que pretendia fazer as “correções necessárias” na Secom

No início de dezembro de 2024, Lula criticou a comunicação do governo e do PT e prometeu fazer as “correções necessárias”. O petista admitiu que é responsável, em parte, pela falha. Ele cobrou organização na área para divulgar as entregas da gestão.

“Há um erro no governo na questão da comunicação, e eu sou obrigado a fazer as correções necessárias para que a gente não reclame que não estamos nos comunicando bem”, disse Lula durante o encerramento do seminário do PT, em Brasília.

“Nesses dois anos de governo, já fiz muito mais entrega de políticas públicas à sociedade do que fiz nos oito anos anteriores. Eu sinto que, cada vez que eu viajo, converso, que atendo ministro que nós não estamos entregando de forma adequada para que a sociedade tenha as informações daquilo que nós fizemos”, relatou Lula no mês passado.

Haddad também reclamou da comunicação do governo

Nesta terça (7), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a dizer que o governo não está conseguindo comunicar as políticas econômicas de forma eficiente ao mercado financeiro.

“Nós tivemos um problema grave de comunicação... Temos que nos comunicar melhor, e venho dizendo isso há muito tempo. O governo tem que ser coerente e resoluto, não podemos deixar brechas para os resultados que queremos atingir”, disse o ministro em entrevista à GloboNews.

Em novembro do ano passado, Haddad já havia reclamado da comunicação do governo, quando a proposta de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda foi vazada antes do anúncio oficial. Ele apontou que a divulgação de “informações incompletas” causou uma “leitura equivocada” do mercado. Na ocasião, o vazamento resultou na alta do dólar, que bateu R$ 5,91 no dia 27 de novembro.