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Lula e Juscelino
Presidente afirma que ministro tem o “direito de provar que é inocente” após indiciamento pela PF.| Foto: André Borges/EFE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta (13) que conversará com o ministro Juscelino Filho (União-MA), das Comunicações, antes de tomar alguma decisão após o indiciamento pela Polícia Federal por suspeita de corrupção e formação de organização criminosa.

O ministro indicado pelo União Brasil para compor a base governista é suspeito de desviar emendas parlamentares quando ainda era deputado federal para beneficiar a base eleitoral e as propriedades da família na cidade de Vitorino Freire (MA). A prefeita do município é Luanna Rezende (União-MA), irmão dele e também alvo das investigações.

Lula afirmou que o ministro “tem o direito de provar que é inocente” antes de tomar qualquer decisão de afastá-lo do governo por conta das denúncias apuradas pela Polícia Federal.

“Eu acho que o fato de o cara estar indiciado não significa que ele cometeu um erro. Significa que alguém está acusando, e a acusação foi aceita. Agora, é preciso que as pessoas provem que são inocentes”, disse Lula a jornalistas em Genebra, na Suíça, ao chegar ao hotel em que está hospedado com a primeira-dama, Janja da Silva.

O presidente sinalizou que deve conversar com Juscelino Filho ainda nesta quinta (13), entre as marcações que tem ao longo do dia durante a viagem à Suíça. Ele participa, entre outros eventos, de uma reunião bilateral com Gilbert Houngbo, diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e de um jantar à noite oferecido pelo representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, em Genebra.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, Juscelino Filho teria destinado R$ 10 milhões em emendas parlamentares através da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para beneficiar a própria fazenda no estado, envolvendo obras de recuperação e pavimentação de estradas que passam pela propriedade.

As conclusões foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça (11) e tem o ministro Flávio Dino, ex-titular da pasta da Justiça e Segurança Pública no governo Lula, como relator. O documento será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresenta denúncia, arquiva o caso ou solicita novas diligências à PF.

Em nota à Gazeta do Povo, o ministro afirmou que a investigação “concentrou-se em criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos”. Ele considerou o indiciamento uma “ação política e previsível”, alegando que a apuração distorceu premissas e ignorou fatos, sem ouvir sua defesa adequadamente.

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