O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o presidente russo Vladimir Putin na manhã desta terça (22), no Palácio do Planalto. A ligação ocorreu por conta da recuperação do petista do acidente doméstico sofrido no último final de semana, e que o fez cancelar a ida à cúpula do Brics em Kazan, na Rússia, que começou mais cedo.
De acordo com um comunicado do Palácio do Planalto, a conversa de Lula e Putin ocorreu às 10h e durou cerca de 20. O líder russo teria lamentado o ocorrido.
“O presidente Putin quis saber do estado de saúde do presidente, e lamentou que ele não pode vir à Cúpula dos Brics, e o presidente Lula também, devido ao acidente sofrido no sábado”, diz o comunicado.
Já Putin ou o governo russo ainda não se pronunciaram sobre a conversa. Havia a expectativa de que os dois presidentes falariam sobre a possibilidade de abertura do Brics a outras nações, principalmente sobre a situação das ditaduras da Venezuela e da Nicarágua que Lula já foi apoiador, mas passou a ser hostilizado.
O Planalto não confirmou se os dois mandatários conversaram sobre isso, mas informações de bastidores do Ministério das Relações Exteriores apontam que Lula seria contrário à adesão da Venezuela, por conta da eleição permeada por fortes indícios de fraude e que o Brasil ainda não reconheceu o resultado da suposta reeleição de Nicolás Maduro.
Há a expectativa, ainda, de que Lula participe da cúpula do Brics por videoconferência, no entanto isso ainda está sendo organizado, já que ele teria de acordar ainda durante a madrugada em meio à recuperação do acidente doméstico que o feriu na nuca.
Pelo fuso horário entre Kazan e Brasília, a participação de Lula será na madrugada desta terça (22) para quarta (23), às 4h. No entanto, é preciso ter um período de preparação, o que o faria sair da cama ainda mais cedo.
Apesar da dificuldade relatada por Lula a aliados, o Planalto afirma que “serão feitos os arranjos para a participação dele na reunião por videoconferência”.
A participação de Lula na cúpula do Brics vinha sendo tratada por ele, segundo disse em várias entrevistas, como um dos compromissos mais importantes do ano da agenda presidencial. Isso porque o Brasil é um dos membros-fundadores do bloco e tem nele um contraponto à hegemonia econômica ocidental – Lula prega o reforço das relações bilaterais entre os países do chamado “Sul global”.
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