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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a proposta que tramita no Senado para acabar com a reeleição e implantar um mandato único de cinco anos, durante uma reunião com senadores da base aliada na noite desta terça (5). Embora a nova regra não o atinja, o petista afirmou que o período sugerido é pouco tempo para governar.
A crítica foi feita a aliados ouvidos pela Folha de São Paulo, em que Lula teria dito que o prazo impede um político de cumprir seu plano de governo ou entregar grandes obras.
A fala, no entanto, contraria a posição do próprio líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), que afirmou ser a favor até mesmo de um mandato de seis anos, e que não atingiria o projeto de reeleição de Lula em 2026.
“A proposta não alcança o presidente Lula e nem os atuais governadores e prefeitos. Também não alcança aqueles que forem eleitos em 2026 pela primeira vez e poderão concorrer à reeleição em 2030. Então, acho uma tentativa importante e necessária para ajudarmos a pacificar o ambiente político”, disse mais cedo.
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Ainda de acordo com ele, a permissão para um político se reeleger “não trouxe coisas positivas para a política brasileira e são vários os exemplos que mostram isso”, sem apresentar exemplos. A reeleição foi criada no primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1997.
Depois, Lula e Dilma Rousseff (PT) se beneficiaram da reeleição, sendo que haviam criticado a proposta acusando de compra de votos para aprovação da emenda constitucional.
Lula recebeu o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes partidários no Palácio da Alvorada para uma confraternização e para tratar sobre pautas prioritárias do governo neste ano.
“Hoje, recebi no Alvorada o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, lideranças da Casa e ministros do governo. Conversamos sobre o Brasil e a agenda legislativa do governo para esse ano”, afirmou o presidente nas redes sociais. A reunião teria sido organizada para melhorar a articulação do Executivo com líderes do Senado.
No final do ano passado, Pacheco confirmou que iria pautar para o primeiro semestre deste ano a proposta de acabar com a reeleição e implantar um mandato único de cinco anos para presidente, governador e prefeito. Ele também citou um mandato fixo para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): "vou pautar e vai passar", disse na época.