O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a imprensa mundial neste domingo (19) ao defender que o jornalista Julian Assange deveria estar em liberdade por vazar documentos secretos dos Estados Unidos referentes às guerras do Iraque e do Afeganistão.
Assange terá o último recurso contra a extradição da Inglaterra para os Estados Unidos julgado nesta segunda (20), o que Lula é declaradamente contra. Em maio do ano passado, ele classificou a prisão do ativista como uma “vergonha” durante uma visita ao país para a coroação do Rei Charles 3º.
Para Lula, Assange deveria ser premiado, mas sofre “perseguição” inclusive por parte da imprensa que, na sua visão, “deveria estar defendendo sua liberdade”.
“Julian Assange, o jornalista que deveria ter ganhado o Prêmio Pulitzer ao revelar segredos dos poderosos, ao invés disso está preso há 5 anos na Inglaterra, condenado ao silêncio de toda a imprensa que deveria estar defendendo a sua liberdade como parte da luta pela liberdade de expressão”, disse o presidente nas redes sociais (veja na íntegra).
No final de 2022, Lula encontrou o editor-chefe do WikiLeaks – o site criado por Assange para divulgar os documentos secretos –, Kristinn Hrafnsson, para defender o ativista e criticar a prisão. “Pedi para que enviassem minha solidariedade. Que Assange seja solto de sua injusta prisão”, disse na época.
A justiça britânica determinará nesta segunda (20) se Julian Assange terá um último recurso para evitar sua extradição para os Estados Unidos. As autoridades americanas precisam garantir que Assange, fundador do WikiLeaks, terá direito à Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão, e que não será condenado à pena de morte.
Em março, os juízes britânicos pediram que os Estados Unidos fornecessem essas garantias. Caso a resposta não satisfaça o Supremo Tribunal de Londres, Assange poderá apelar da extradição concedida em junho de 2022 pelas autoridades britânicas.
Se as garantias forem aceitas, ele ainda poderá recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH), tendo duas semanas para fazê-lo antes que a extradição se torne efetiva, segundo seus advogados.
Assange enfrenta uma sentença de até 175 anos de prisão nos Estados Unidos por divulgar mais de 700.000 documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas americanas, incluindo um vídeo de 2007 mostrando civis sendo mortos por tiros de um helicóptero americano no Iraque.
O ativista está preso em Londres desde 2019 após sete anos refugiado na embaixada equatoriana no país para evitar extradição para a Suécia por um caso de suposta violação, A esposa dele, Stella, chegou a dizer na semana que “todas as avaliações psiquiátricas concluíram que há um risco de suicídio”.
Do outro lado do oceano, os Estados Unidos afirmam que Assange e o WikiLeaks colocaram vidas em risco ao publicar documentos que revelavam nomes de fontes de inteligência. Nos últimos dias, familiares e apoiadores de Assange têm expressado preocupação com a deterioração da saúde dele. A defesa tem alertado repetidamente sobre o risco de suicídio caso ele seja extraditado.
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