Presidente ainda criticou o Conselho de Segurança da ONU por não conseguir dialogar com Israel para interromper a guerra.| Foto: Bienvenido Velasco/EFE
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça (1º) o governo de Israel pela ofensiva contra o grupo extremista Hezbollah no sul do Líbano, considerando “inexplicável” que não se consiga ter um diálogo do Conselho de Segurança da ONU com o país.

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A crítica ocorreu pouco antes do Irã lançar mísseis contra Israel e prometer uma ofensiva ainda maior em caso de retaliação.

“Eu lamento profundamente é o comportamento do governo de israel. Sinceramente, é inexplicável que o Conselho da ONU não tenha autoridade moral e política de fazer com que Israel sente numa mesa para conversar, em vez de só saber matar”, disse a jornalistas no México, onde participa da posse da nova presidente, Claudia Sheinbaum.

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Lula vem criticando constantemente o governo israelense pela ofensiva que começou em outubro do ano passado após o ataque terrorista do Hamas contra o país a partir da Faixa de Gaza. O presidente classificou a retaliação como um genocídio.

O presidente ainda ressaltou que fará a operação de repatriação dos brasileiros no Líbano “em todos os lugares que for preciso”. Segundo a Gazeta do Povo apurou com fontes no Ministério das Relações Exteriores, em torno de 3 mil brasileiros já pediram resgate na operação que deve começar no próximo final de semana.

A operação está sendo planejada com a coordenação do Ministério da Defesa, em reuniões de preparação e logística que envolvem inclusive os próprios governos libanês e israelense.

Segundo informaram fontes à reportagem, o Itamaraty ainda trabalha com a possibilidade de que a maior quantidade possível de brasileiros saia do Líbano por outros meios – em voos comerciais – para ajudar na repatriação daqueles que não têm condições. O aeroporto de Beirute, afirmou, segue aberto e operando voos.

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Informações preliminares apontam que os pedidos são principalmente de brasileiros que moram na região do Vale do Bekaa e da capital libanesa.

A decisão pela operação ocorre em razão da escalada do conflito entre Israel e o grupo xiita libânes Hezbollah, e deve ser ainda maior da realizada em Gaza no ano passado.

No último dia 20 de setembro, o conflito se intensificou após a explosão simultânea de milhares de dispositivos de comunicação de membros do Hezbollah. De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, mais de mil pessoas foram mortas e seis mil ficaram feridas nas últimas duas semanas.

Dois adolescentes brasileiros morreram em meio aos bombardeios israelenses no Líbano: Mirna Raef Nasser, de 16 anos, era natural de Balneário Camboriú (SC), e Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, de Foz do Iguaçu (PR). O Itamaraty estima que 21 mil brasileiros vivem no Líbano.

“A Embaixada no Líbano está tomando as providências necessárias para viabilizar a operação, em contato permanente com a comunidade brasileira e em estreita coordenação com as autoridades locais”, afirmou o Itamaraty.

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Na semana passada, o governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” os ataques aéreas lançados de Israel contra o Líbano. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores recomendou que os brasileiros deixem a área de conflito.

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