Presidente Lula chamou Gabriel Boric de “sequioso e apressado”, e disse que os países vão “cansar” da guerra.| Foto: Secom
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o seu homólogo chileno, Gabriel Boric, por ter cobrar mais ênfase dos países da União Europeia e da América Latina nas condenações à Rússia pela invasão à Ucrânia, em uma guerra que já se prolonga por mais de um ano.

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Lula disse, na manhã desta quarta (19), que não tem que concordar com as opiniões do chileno de que “hoje é a Ucrânia, e amanhã pode ser qualquer um de nós”. Para o presidente brasileiro, Boric foi “sequioso e apressado” em cobrar uma posição mais dura dos países sobre a Rússia.

“Eu não tenho por que concordar com o Boric, é uma visão dele. Eu acho que a reunião foi extraordinária. Possivelmente, a falta de costume de participar dessas reuniões faz com que um jovem seja mais sequioso e apressado, mas as coisas não são assim”, disse Lula pouco antes de embarcar de volta ao Brasil da Bélgica, onde participou da 3ª Cúpula UE-Celac.

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Embora reconheça a urgência para se chegar a um acordo e encerrar a guerra, Lula disse que os países da América Latina estão distantes o suficiente para “ter tranquilidade de não entrar no clima em que estão os europeus”.

Para ele, os países latinos podem “entrar em um clima de quem vai construir a paz”. “O mundo começa a cansar, os países começam a cansar. Vai chegar o momento em que termos paz, e teremos de ter um grupo de países capazes de conversar com a Rússia e a Ucrânia”, completou.

A cúpula emitiu uma declaração conjunta em que os países signatários veem com “profunda preocupação” os rumos que a guerra está tomando, e pediu esforços de paz justa e sustentável na região. Apenas a Nicarágua não assinou a carta.

Esta foi a segunda vez que Lula e Boric divergiram publicamente. No final do mês de maio, o presidente chileno criticou o discurso do brasileiro por defender abertamente o regime do ditador venezuelano Nicolás Maduro, de que foram construídas “narrativas” sobre o país. Boric disse que é “impossível fazer vista grossa para as violações de direitos humanos na Venezuela”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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