O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar nesta quinta (15) a intensidade do contra-ataque do exército de Israel à Faixa de Gaza desde outubro do ano passado sob o “pretexto” de estar combatendo o Hamas, que estaria levando à morte de milhares de mulheres e crianças -- sem levar em conta que o grupo terrorista fez o maior ataque ao povo israelense desde o Holocausto.
A retomada das críticas ao governo israelense ocorreu durante a declaração conjunta de Lula com o presidente egípcio Abdel Fatah El-Sisi, durante a visita que faz ao país nesta semana. Lula disse que o Brasil condenou "veementemente" os ataques terroristas do Hamas desde o início do conflito, mas afirmou que este “pretexto” de combater o grupo está levando à morte de civis, e que isso fez o Brasil apoiar a ação da África na Corte Internacional contra Israel.
“Não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças, [uma] coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento”, disse Lula ressaltando a necessidade de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, a libertação de todos os reféns do grupo terrorista, a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e o estabelecimento de dois Estados, que levaria à convivência pacífica na região.
Lula também retomou as críticas que vem fazendo desde o ano passado à Organização das Nações Unidas (ONU) e ao Conselho de Segurança chamando de “lamentável” que essas instituições multilaterais “criadas para solucionar esses problemas” não funcionem.
Ele voltou a defender uma mudança na governança dos órgãos, como a ampliação do colegiado com países da África e da América Latina, acabar com o direito de vejo das nações que são membros fixos – como os Estados Unidos, que vetou a resolução brasileira no ano passado – e que estes membros do Conselho “sejam atores pacifistas que não fomentam a guerra”.
Ainda na questão do Conselho de Segurança da ONU, Lula defendeu que as decisões sejam cumpridas pelos países, e não apenas resoluções ignoradas – “o Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra”, emendou.
“Ou seja, a única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa. Mas que me parece que Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir, nenhuma decisão emanada da direção da ONU”, disparou o presidente brasileiro.
Lula ainda agradeceu ao presidente egípcio pela colaboração na retirada de cidadãos brasileiros e parentes próximos que estavam na Faixa de Gaza e pediram resgate ao governo nas primeiras semanas da guerra, e destacou que o Egito é o “ator principal” na solução do conflito entre Israel e o Hamas.
Além das críticas ao contra-ataque israelense e à ONU, Lula destacou que o mundo está vivendo um momento importante na geopolítica com guerras que estão sendo travadas "das formas mais insanas possíveis", como a da Rússia contra a Ucrânia que se arrasta há quase dois anos.
"Por mais que eu procure explicação, eu não encontro porque a ONU não tem força suficiente para evitar que essas guerras aconteçam, antecipando qualquer aventura. A guerra não traz nenhum benefício a ninguém", ressaltou.
Ele mencionou que o momento geopolítico mundial deveria estar centrado em discussões como aumento da produção de alimentos, geração de riquezas e mudanças climáticas, e não aos conflitos que estão sendo travados.
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