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Conflitos após protestos

Lula demite comandante do Exército após crise gerada por atos de vandalismo em Brasília

Lula demite comandante do Exército três semanas após nomeação
Relação entre general Arruda (foto) e Lula ficou fragilizada após atos de vandalismo do último dia 8. Tomás Miguel Ribeiro Paiva será o novo comandante (Foto: )

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O presidente Lula (PT) decidiu exonerar o comandante do Exército general Júlio Cesar de Arruda. Com a decisão, comunicada ao militar neste sábado (21), o comandante deixa o cargo apenas 22 dias após ser nomeado. A demissão ocorre apenas um dia após a reunião entre o chefe do Executivo com o ministro da Defesa e os comandantes das Forças Armadas.

O novo comandante do Exército será o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que era o segundo na lista de militares que poderiam se tornar comandantes no governo Lula conforme o critério de antiguidade. Ele é o atual comandante militar do Sudeste e recentemente fez um longo discurso pregando a confiança no resultado das urnas e Forças Armadas apartidárias.

Arruma havia assumido o comando do Exército de forma interina no dia 30 de dezembro ainda na gestão Bolsonaro após acordo entre o atual da Defesa no governo Lula, José Múcio Monteiro, e o titular anterior da pasta, Paulo Sérgio Nogueira. Na ocasião, a escolha de Lula pelo general Arruda deu-se mais pelo respeito ao critério de antiguidade – o agora ex- comandante é o mais antigo general quatro estrelas da ativa do Exército Brasileiro – do que por alinhamento político.

Após os ataques aos prédios dos Três Poderes, no último dia 8, a relação entre Lula e o general passou a ficar fragilizada. Um dos motivos foi que Arruda teria impedido a entrada de policiais militares do Distrito Federal no acampamento montado por manifestantes em frente ao Quartel General do Exército após os atos de vandalismo.

Reunião entre Lula e Defesa deveria “virar a página”

No encontro de ontem entre Lula, o ministro da Defesa José Múcio e os comandantes das Forças Armadas, incluindo Arruda, Múcio afirmou que a reunião serviu para “virar a página” e criar um ambiente de distensão entre o governo e as Forças Armadas.

Na ocasião, Múcio afirmou que se ficar comprovada a participação de algum militar nos atos praticados nas sedes dos Três Poderes, o mesmo irá responder individualmente como cidadão. Segundo ele, os militares estavam cientes e de acordo com as providências adotadas pelo governo. O discurso do ministro da Defesa foi no sentido oposto ao do presidente Lula (PT), que afirmou em outras ocasiões que via o envolvimento direto de militares nas manifestações.

Exonerações após desconfiança de Lula com militares

Na terça-feira (17) o presidente Lula exonerou 43 militares que cuidavam que atuavam na administração e segurança do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto, residências oficiais da presidência da República. Também foram dispensados três militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que atuavam na Coordenação-Geral de Operações de Segurança Presidencial. A relação tem militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. Dias depois outros 13 militares que trabalhavam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foram demitidos.

Na ocasião, o presidente afirmou ainda que iria fazer uma “triagem” para identificar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que ainda atuavam dentro do Palácio. “Nós estamos no momento de fazer uma triagem profunda, porque a verdade é que o Palácio estava repleto de bolsonaristas, de militares, e nós queremos ver se a gente consegue corrigir para que a gente possa colocar funcionário de carreira, de preferência funcionários civis, ou que estavam aqui ou que foram afastados, para que isso aqui se transforme em um gabinete civil", declarou.

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