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Governabilidade

Com dificuldade para formar base, Lula quer encontrar líderes após recesso parlamentar

Lula
Lula afirmou, no entanto, que ministérios da Saúde e Desenvolvimento Social não serão ofertados. (Foto: reprodução/TV Record)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende encontrar os líderes partidários do Congresso Nacional, após o recesso parlamentar, para tentar construir uma base sólida de apoio para aprovar projetos de interesse do governo. Ele admitiu que pretende remanejar ministérios para acomodar novos partidos que queiram fazer parte do governo.

O objetivo é diminuir a tensão a cada nova proposta que precisa ser votada e ficar menos dependente de intensas negociações, como a liberação de mais emendas – apenas para a reforma tributária foram R$ 8,5 bilhões, sendo R$ 5,3 bilhões na véspera – e a disputa por espaços na Esplanada dos Ministérios.

“A hora que voltar o Congresso Nacional, que for juntar os líderes dos partidos que vou conversar, toda a imprensa vai ficar sabendo o que conversei com cada um, o que foi ofertado para participação no governo e o que o governo quer estabelecer de relação com o Congresso até o fim do mandato”, disse Lula em entrevista à TV Record nesta quinta (13).

Entre as ofertas que podem ser feitas está a abertura de mais espaço na Esplanada, que já começou com o Ministério do Turismo em que a então ministra Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) foi substituída pelo deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) na tarde de quinta (13) após quase um mês de negociações com o partido.

Centrão de olho em ministérios

A legenda e outros partidos do centrão negociam o apoio das bancadas no Congresso condicionado a mais espaço na Esplanada, e estão de olho também no Ministério do Esporte e da Saúde, em que Lula deu uma sobrevida às ministras Ana Moser e Nísia Trindade, respectivamente; no do Desenvolvimento e Assistência Social, responsável pelo Bolsa Família; e no do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Os partidos também estão de olho nos Correios, na Caixa Econômica e na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que havia sido extinta por Lula através de uma medida provisória, mas foi recriada pela Câmara dos Deputados. O órgão tem 26 superintendências regionais e um orçamento de R$ 2,9 bilhões.

No entanto, na mesma entrevista ao canal, Lula garantiu que não vai entregar pastas que ele considera prioritárias, como Saúde e Desenvolvimento e Assistência Social.

“Esse ministério [do Desenvolvimento Social] é um ministério meu, não sai. A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério. É só fazer uma inversão de valores“, frisou o presidente descartando a possibilidade de oferecer o MDS ao PP, que teria pleiteado a pasta.

Apesar de dizer que não abre mão de alguns ministérios, Lula disse que mudanças na Esplanada são “a coisa mais natural do mundo”. Em outras entrevistas recentes, ele frisou que precisa negociar para conseguir governabilidade.

“Na hora em que você ganha a eleição e você não tem maioria no Parlamento para aprovar a coisa que você quer aprovar, você vai ter que fazer composição. E você faz composição com quem ganhou, você não faz com quem perdeu. Portanto, nós temos que conversar com os partidos que estão dentro do Congresso Nacional”, comentou.

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