O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na tarde desta terça-feira (30), ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que o governo brasileiro atua pela “normalização do processo político” na Venezuela.
Os dois conversaram por telefone sobre “temas bilaterais, multilaterais e sobre a situação na Venezuela”, informou o Palácio do Planalto. A conversa durou cerca de meia hora.
Em nota, o governo federal afirmou que Lula “reiterou que é fundamental a publicação das atas eleitorais do pleito” de domingo (28), Biden concordou com a importância da divulgação dos comprovantes de votação. No X, o presidente americano reforçou a "necessidade da divulgação imediata de dados eleitorais completos".
O governo americano disse, em nota, que Lula e Biden "compartilharam a perspectiva de que o resultado das eleições venezuelanas representa um momento crítico para a democracia no hemisfério, e se comprometeram a manter uma coordenação estreita sobre o assunto".
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo regime chavista, declarou a vitória do ditador Nicolás Maduro, mas sem divulgar as atas de votação para referendar ou não o resultado do pleito. Segundo o CNE, Maduro teve 51% contra 44% de Ernesto González, principal candidato da oposição.
“Sobre Venezuela, Lula observou que tem mantido acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio de seu Assessor Especial, Celso Amorim, enviado a Caracas”, diz o comunicado do Planalto.
O mandatário brasileiro disse a Biden que Amorim esteve com Maduro e González. O Planalto destacou que Lula “reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região”.
Lula cobra atas, mas normaliza processo eleitoral na Venezuela
Mais cedo, o petista minimizou as desconfianças em torno da vitória do ditador. Lula disse estar “convencido” de que o processo eleitoral na Venezuela foi “normal” e “tranquilo”. O governo Lula declarou que aguarda a divulgação das atas eleitorais para se manifestar oficialmente.
“O Tribunal Eleitoral já reconheceu o Maduro como vitorioso, mas a oposição ainda não. Então, tem um processo. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial, mas não tem nada de anormal”, disse o presidente brasileiro em entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo no Mato Grosso.
Na segunda (29), a líder da oposição María Corina Machado acusou o regime de fraude e reivindicou a vitória de González. Os venezuelanos protestam contra o resultado anunciado pelo CNE pelo segundo dia consecutivo em Caracas.
De acordo com organizações não governamentais, seis pessoas morreram e 84 ficaram feridas durante os protestos. O Ministério Público local contabilizou 749 prisões e 48 policiais e militares feridos, um deles morto “por tiros disparados pelos manifestantes”.
A eleição na Venezuela foi marcada por denúncias de perseguição a opositores do ditador e cerceamento da imprensa pelo regime chavista.
Lula convida Biden para “reunião dos países democráticos contra o extremismo”
Durante a conversa, o chefe do Executivo convidou Biden para participar da “reunião dos países democráticos contra o extremismo”, que será realizada em setembro próximo, em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU.
Ao finalizar a ligação, Lula cumprimentou Biden pela “magnânima” decisão de desistir da disputa eleitoral nos Estados Unidos e “desejou sucesso para a democracia do país nas eleições presidenciais em novembro”.
Segundo o Planalto, Biden agradeceu pelo trabalho conjunto na Parceria pelo Direito dos Trabalhadores e na área de transição energética. Além disso, o presidente americano confirmou presença na Cúpula do G20, que será realizada em novembro, no Rio de Janeiro. Biden também “mencionou que as economias dos dois países estão indo bem e que a parceria entre Brasil e EUA deve continuar a crescer”. Com informações da Agência EFE.
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