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Em encontro com Joe Biden, nesta quarta-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer críticas veladas aos ex-presidentes de direita Jair Bolsonaro e Donald Trump. Lula e Biden se encontram com o intuito de lançar uma parceria internacional contra a precarização do trabalho e para promover melhoria dos salários dos trabalhadores.
Os dois presidentes vieram de eleições acirradas com presidentes da direita. Durante a campanha eleitoral, Biden e Lula se apoiaram em um discurso supostamente promovendo a democracia e, desde que foram eleitos, não poupam críticas aos seus antecessores.
"A democracia cada vez se corre mais perigo porque a negação da política tem feito com que setores extremistas tentem ocupar o espaço, em função da negação política. Isso já aconteceu no Brasil, está acontecendo na Argentina e está acontecendo em vários outros países", disse Lula.
O brasileiro adotou um discurso parecido em fevereiro deste ano, quando foi aos Estados Unidos para se encontrar com Biden pela primeira vez. A estratégia é criar uma aproximação com o líder americano que, em outras ocasiões, também foi criticado por Lula.
No encontro bilateral, o brasileiro também disse que espera que os dois países criem uma relação amigável: "Espero que a relação Estados Unidos e Brasil seja aperfeiçoada e que a gente se trate e se comporte como amigos em busca de um objetivo comum: desenvolvimento e melhoria de vida do povo".
Biden recebeu Lula, um ex-sindicalista, para lançar um manifesto sobre melhoria das condições de trabalho. Seu interesse era sinalizar para o público interno, no momento em que os Estados Unidos passam por uma grave crise sindical, na qual metalúrgicos começaram a promover greves e ameaçam aumentar o movimento.
Satisfazer a classe média americana, que viu postos de trabalho migrarem sistematicamente para o exterior nas últimas décadas é um dos principais desafios para a reeleição de Biden.