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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou que o governo pretende criar um “vale-carne”. Na semana passada, a Casa Civil e o Ministério do Desenvolvimento Agrário receberam a proposta para a criação do programa “Carne no Prato”. O projeto foi apresentado por Guilherme Bumlai, presidente da Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul (Acrissul), e propõe a distribuição de R$ 35 por família para a compra de dois quilos de carne bovina ao mês.
“Não existe essa bobagem de vale-carne”, disse o presidente em entrevista ao SBT. Ele confirmou que a proposta foi recebida pelo governo, mas sem citar o autor. “Um cidadão entregou uma carta a um ministro e esse ministro mandou essa carta para a Casa Civil e disse para a imprensa que iria estudar. O que na verdade vai acontecer é que nós precisamos baixar o preço da carne”, disse Lula.
“Eu ri muito quando vi a notícia do vale-carne, sinceramente. Eu não acreditei que pudesse ser verdade”, acrescentou. O mandatário citou que a carne “já baixou”, mas não ao patamar que o governo gostaria.
Lula defende "polícia nacionalizada" e investimento em inteligência
Lula afirmou que seu “sonho” é a implementação de um polícia nacionalizada “forte e preparada”. O presidente foi questionado sobre os projetos para a segurança pública no país. “Eu sonho com uma polícia nacional muito forte, muito preparada, para intervenções e momentos que sejam muito necessários”, destacou.
O chefe do Executivo defendeu ainda o investimento em inteligência e um maior efetivo de policiais. “[A polícia] precisa ser melhor preparada, nós temos que fazer muito investimento em inteligência, porque nós precisamos, efetivamente, de mais inteligência na polícia e na segurança pública, e precisamos ter mais policiais nas ruas”, afirmou.
Presidente fala em ampliar local de buscas por fugitivos de Mossoró
Lula comentou sobre a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. No último dia 14, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, vinculados ao Comando Vermelho, fugiram da prisão de segurança máxima. Cerca de 600 agentes das forças de segurança estão trabalhando para recapturá-los. O mandatário destacou a atuação da força-tarefa, mas apontou que os fugitivos podem ter deixado a região ou estão recebendo auxílio de outras pessoas.
“Nós temos lá a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Nacional, as polícias dos Estados do Rio Grande do Norte, do Ceará e da Paraíba. Nós temos um contingente de, pelo menos, 250 policiais de dia e de noite tentando localizar. Só há uma hipótese: ou esses caras já conseguiram sair da região que a gente está investigando, ou esses caras estão sendo ajudados por alguém”, disse.
O presidente afirmou que conversou nesta segunda (11) com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sobre o caso. O ministro deve ir a Mossoró para avaliar a necessidade de ampliar o espaço de investigação em que as buscas estão sendo realizadas. “Vai chegar o momento em que você não vai continuar procurando. Mas, por enquanto, a gente tem que ficar lá porque a sociedade está assustada e são dois bandidos perigosos”, disse.