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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (2) que se o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, não conseguir comprovar sua inocência, não poderá continuar no governo. O ministro teria utilizado um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para um compromisso pessoal em meio a eventos oficiais em São Paulo, no mês passado, com diárias pagas pela União.
Em entrevista à BandNews FM, Lula ressaltou que garante "a todo mundo a presunção de inocência". O presidente disse que convocou Juscelino, que está no exterior, para uma reunião na segunda (6). "Eu tentei essa semana conversar com o Juscelino, o ministro Juscelino está viajando, está no exterior a serviço do ministério, discutindo num encontro de telecomunicações", afirmou.
"Eu já pedi para o ministro Rui Costa [da Casa Civil] convocar ele segunda-feira para a gente ter uma conversa, porque ele tem direito de provar sua inocência. Mas se ele não conseguir provar sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência", completou. O ministro também teria omitido a declaração de R$ 2 milhões em cavalos de raça ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ministro disse que devolveu dinheiro de diárias
Nesta quinta, o ministro das Comunicações informou que devolveu ao governo as diárias que utilizou durante uma viagem oficial de quatro dias a São Paulo, em janeiro, em que teve compromissos a serviço do ofício em apenas um dia. Nos outros três, segundo apuração do jornal Estadão, o ministro se dedicou a negócios pessoais.
De acordo com a reportagem, confirmada pela Gazeta do Povo com a defesa do ministro, Juscelino teria gasto R$ 3 mil em diárias pagas pela União, e ainda utilizado um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para a viagem. Entre os compromissos fora da agenda oficial, estão a participação em um leilão de cavalos na cidade de Boituva (SP) e a assessoria a compradores de animais.