Em seu discurso, Lula disse que após as eleições de outubro o Brasil vai “voltar a ser um país civilizado”.| Foto: EFE/Sebastião Moreira
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O pré-candidato pelo PT à presidência da república, Luíz Inácio Lula da Silva, participou neste 1º de Maio de um evento organizado por centrais sindicais na praça Charles Müller, em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Mesmo dizendo que não iria falar de eleições por ainda não ser candidato, Lula afirmou, em seu discurso, que “alguém melhor do que esse presidente [Bolsonaro] vai ganhar as eleições [de outubro de 2022]”. O dia também registrou atos de apoio ao presidente.

Lula reforçou várias vezes em seu discurso que não iria falar de eleições, mas não evitou o clima de comício. Sua fala estava marcada para o início da tarde, mas foi adiada pela organização, que esperava um maior número de pessoas no evento. Ele também justificou o fato de ter permanecido no fundo do palco durante as falas de outros participantes do evento.

“Eu estava lá atrás”, se justificou, “porque não é possível falar de eleição. Porque eu não sou candidato ainda. E vocês sabem que nós não temos muita gente favorável na Justiça. Pode ter gente que não goste do que a gente está falando. Então, eu fiquei um pouco atrás porque eu não posso falar de eleição. Eu ainda não sou candidato, só no dia 7 é que eu vou ser pré-candidato. Mas se preparem. Se preparem porque alguém melhor do que esse presidente vai ganhar as eleições”, disse.

O petista pediu desculpas aos policiais que se sentiram ofendidos pelo discurso feito por ele no sábado (30). Em evento realizado na capital paulista, Lula afirmou que Bolsonaro “não tem sentimento”, e que o presidente “não gosta de gente, ele gosta de policial”.

“Eu queria dizer que o Bolsonaro só gosta de milícia, não gosta de gente, e eu falei que ele só gosta de polícia, não gosta de gente”, disse Lula. “Eu queria aproveitar e pedir desculpas aos policiais desse país, porque muitas vezes [os policiais] cometem erros, mas muitas vezes salvam muita gente do povo trabalhador. E nós temos que tratá-los como trabalhadores nesse país”, declarou.

Lula fez vários acenos às centrais sindicais, organizadores do ato, e disse que nunca esteve tão motivado para disputar uma eleição quanto agora. “Esse Lula que vocês estão vendo tem 76 anos de idade, tem mais experiência do que o Lula de 50 anos que ganhou a primeira eleição. Esse Lula está com uma energia de 30 anos, e a motivação e o tesão de brigar por esse país é efetivamente o maior que eu já tive na minha vida. Pode ficar certo que nós iremos recuperar o Brasil para o povo brasileiro, e os sindicalistas e os trabalhadores voltarão a ser respeitados nesse país”, disse.

Lula afirmou que durante seu governo o salário-mínimo tinha aumento real, e mesmo assim a inflação seguiu sob controle. O petista falou também sobre a inflação de março ter sido a maior para o mês em quase três décadas. “Quando a inflação cresce, o salário diminui. Significa que quando a inflação cresce, na mesa de vocês, na hora do almoço e na hora da janta, tem menos coisas para vocês e para a famílias de vocês comerem. É por isso que nós temos que fazer uma luta incomensurável para que a gente possa reduzir a inflação e transformar aquilo que é inflação em aumento de salário para que o povo possa comer e viver melhor nesse país”, disse.

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Confiante na vitória

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Lula afirmou em seu discurso que vai “pegar um país destruído”, mas que contará com a ajuda da população – na forma de conferências públicas – para “reconstruir o Brasil”.

“Nós vamos voltar a fazer essas conferências, nós vamos voltar a chamar o povo para dizer o que que tem que ser feito nesse país, porque quem sabe o que precisa, como precisa, não é nenhum capitão. É o povo trabalhador desse país, é o estudante desse país, são as mulheres desse país. Por isso, companheiros e companheiras, se preparem. Porque logo, logo, vai estar tudo formalizado e nós vamos acordar um belo dia do mês de outubro agradecendo a Deus e agradecendo à liberdade e vamos agradecer porque a liberdade finalmente abriu as asas sobre o povo brasileiro. E nós vamos voltar a ser um país civilizado”, disse.

Haddad e Gleisi também discursaram no ato das centrais sindicais

Antes de Lula, o ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo do estado Fernando Haddad também discursou no ato das centrais sindicais. Em sua fala, Haddad convocou os militantes do PT a reelegerem Lula como presidente e chamou os manifestantes para “botar os fascistas para correr”.

Ele afirmou que a esquerda ainda tem cinco meses para evitar que a mesma situação pela qual passou nas eleições de 2018 se repita. “Muita gente me diz: ‘Haddad, se a gente tivesse mais duas semanas, nós íamos ganhar a eleição de 2018’. Então, vamos botar os fascistas para correr e recolocar o Brasil na mão dos trabalhadores”, finalizou.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, chamou Bolsonaro de “genocida” e afirmou que a culpa pela “tristeza do povo brasileiro” é do presidente. “O que fez Bolsonaro nesses dias? Convocou para um ato contra o STF. Vocês acham que a causa da tristeza do povo brasileiro é o Supremo Tribunal Federal? A causa da tristeza do povo brasileiro é não ter um projeto para esse país. É ter gasolina cara, é ter óleo diesel caro, gás de cozinha caro. É as pessoas irem no supermercado e não conseguirem comprar o necessário para poder dar sustentação às suas famílias. É a baixa renda, é o desemprego. E de quem é a culpa disso? Desse genocida, do Bolsonaro que está aqui. Ele quer desviar a pauta, ele quer tirar da centralidade da sua responsabilidade aquilo que é o motivo para o qual o governo é eleito: a vida do povo brasileiro. E nós não podemos deixar isso acontecer”, pontuou.

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