A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao pedir "bom senso" da Venezuela e da Guiana para resolver o litígio entre os dois países sobre a região do Essequibo não teve uma boa repercussão. A tensão diplomática entre os dois países ganhou força nas últimas semanas e levou a Assembleia Nacional venezuelana a realizar, neste domingo (3), um referendo não vinculativo sobre a disputa territorial. A consulta é considerada ilegal pela Guiana e gera preocupações sobre a possibilidade de que ocorra uma guerra na América do Sul.
“Não se pode ficar pensando em briga. Espero que o bom senso prevaleça, do lado da Venezuela e do lado da Guiana”, disse Lula aos jornalistas no encerramento da COP 28.
O país comandado pelo ditador Nicolás Maduro pretende se apropriar de 74% do território guianense. A Guiana, que fica localizada no extremo norte da América do Sul, disse que o anúncio é provocativo e que eventual decisão não terá efeito jurídico internacional.
"Essa conversa do Lula de pedir bom senso a ambos os lados na decisão da Venezuela (30 milhões de habitantes e 123 mil militares) de anexar 70% do território da Guiana (800 mil habitantes e 3 mil militares) é como ver um grandalhão querendo surrar uma criança na rua e ir pedir bom senso à criança!", declarou o deputado Osmar Terra (MDB-RS).
Para a advogada e ex-deputada estadual de São Paulo, Janaína Paschoal, a ação de Lula é "intrigante". "Acho intrigante o Presidente Lula pedir bom senso a Guiana, que é a vítima da história! Ele deveria usar sua amizade com o ditador para demovê-lo da sanha expansionista! Pedir bom senso à vítima significa exculpar o agressor!", escreveu pela rede X.
O colunista da Gazeta do Povo Guilherme Macalossi também questionou o pedido "bom senso" de Lula direcionado a Guiana. "Bom senso da Guiana? Mas o que a Guiana fez? A sanha expansionista é de seu amigo bolivariano, a quem recebeu com honras em Brasília. Vai se criando mais uma falsa simetria", disse.
Um dos principais perfis dedicados à cobertura de conflitos internacionais, o "Hoje no Mundo Militar" , também criticou a declaração do presidente petista e chegou a comparar o pedido de "bom senso" ao "mesmo que pedir bom senso a um estuprador e à mulher que está em vias de ser estuprada". "Simplesmente não faz sentido! Quem tem que ter bom senso é Nicolás Maduro, que deve respeitar o direito internacional e aguardar a conclusão da análise da Corte Internacional de Justiça, conforme foi determinado no dia 01/12", escreveu.
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