O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o seu discurso durante a sessão em que foi empossado no Congresso Nacional, neste domingo (1), para exaltar a democracia e defender a reconstrução do Brasil. Empossado no cargo mais alto da República, ele afirmou que recebe o país com uma "herança negativa" e com um diagnóstico "estarrecedor" para as políticas públicas.
"Se estamos aqui hoje é graças a consciência política da sociedade e a frente democrática que formamos nesta disputa eleitoral. Foi a democracia que saiu vitoriosa dessas eleições, superando a violência tramada para manipular e constranger o eleitorado brasileiro", disse o presidente empossado.
Ainda de acordo com Lula, o diagnóstico feito pela sua equipe de transição sobre o governo Bolsonaro é "estarrecedor". "Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública", afirmou.
O presidente defendeu o direito de expressão, manifestação e organização, mas disse que o governo do seu antecessor deturpou o significado da palavra “liberdade”. “A liberdade que eles pregam é a de oprimir o vulnerável, massacrar o oponente e impor a lei do mais forte acima das leis. O nome disso é barbárie”, afirmou.
Combate à fome foi destacada por Lula em seu discurso
Ao abrir o seu discurso como presidente empossado, Lula disse ainda que hoje é dia de passar uma "mensagem de esperança e reconstrução". O petista resgatou sua primeira gestão na Presidência e destacou o combate à fome como bandeira de sua administração.
"Quando fui eleito presidente pela primeira vez, ao lado do José Alencar, iniciei o discurso de posse com a palavra ‘mudança’. Disse, naquela ocasião, que a missão de minha vida estaria cumprida quando cada brasileiro e brasileira pudesse fazer três refeições por dia. Ter de repetir este compromisso no dia de hoje é o mais grave sintoma da devastação que se impôs ao país nos anos recentes", completou Lula.
Como meta, o presidente prometeu ampliar o Bolsa Família, programa de assistência social criado pela gestão do petista. De acordo com Lula, a primeira missão do seu novo governo será o de resgatar os brasileiros que estão em condição de miséria.
"Este compromisso começa pela garantia de um Programa Bolsa Família renovado, mais forte e mais justo, para atender a quem mais necessita. Nossas primeiras ações visam a resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiras e brasileiros, que suportaram a mais dura carga do projeto de destruição nacional que hoje se encerra", disse.
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Revogações de medidas de Bolsonaro
Lula aproveitou ainda para reafirmar as medidas adotadas pelo governo Bolsonaro que ele pretende revogar a partir de agora. Entre as revogações citadas, o presidente citou os decretos ambientais e os das armas.
"Incentivaremos, sim, a prosperidade na terra. Liberdade e oportunidade de criar, plantar e colher continuará sendo nosso objetivo. O que não podemos admitir é que seja uma terra sem lei. Não vamos tolerar a violência contra os pequenos, o desmatamento e a degradação do ambiente, que tanto mal já fizeram ao país", disse Lula.
Para ele, os decretos de armas de Bolsonaro trouxeram insegurança para as famílias brasileiras. "Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo", completou.
Empossado, Lula prometeu ainda revogar o teto de gastos. Essa sinalização já havia sido dada pelo petista desde a campanha eleitoral. "O SUS é provavelmente a mais democrática das instituições criadas pela Constituição de 1988. Certamente por isso foi a mais perseguida desde então, e foi, também, a mais prejudicada por uma estupidez chamada teto de gastos que haveremos de revogar", disse.
Após o discurso, Lula seguiu para o Palácio do Planalto, onde receberá a faixa presidencial. Lá o petista fará novo discurso, dessa vez no parlatório, direcionado ao público concentrado na Praça dos Três Poderes.
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